O presidente do Governo da Madeira anunciou esta sexta-feira que a situação de violência na África do Sul afetou negócios de alguns emigrantes madeirenses e assegurou que não há “danos pessoais” a lamentar.

Houve alguns negócios de madeirenses afetados“, mas não há a lamentar “qualquer ferido ou morte” entre a comunidade desta região, declarou Miguel Albuquerque, à margem da inauguração do Museu de Arte Moderna da Madeira (Mamma), localizado no Funchal.

O chefe do executivo insular também mencionou que alguns dos emigrantes “já estiveram em contacto com o diretor regional das Comunidades” da Madeira, Rui Abreu.

Nós já fizemos as diligências no sentido da comunidade residente cumprir as instruções do Governo porque é uma situação muito complicada, que, parece, está mais controlada, mas esta situação de saques é uma situação que nos preocupa”, disse.

A África do Sul destacou militares para as ruas de Gauteng e KwaZulu-Natal para ajudar a conter a situação de violência, pilhagens e intimidação que eclodiu no país após a detenção do ex-Presidente Jacob Zuma, foi esta sexta-feira divulgado.

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Pilhagens a lojas e centros comerciais, assaltos, intimidação, confrontos armados com as forças de segurança e veículos incendiados aconteceram, nomeadamente na capital económica Joanesburgo, onde reside a maioria dos emigrantes portugueses.

Os incidentes começaram na província oriental KwaZulu-Natal, onde nasceu o antigo chefe de Estado sul-africano Jacob Zuma, após este ter sido detido na sua residência, em Nkandla, na quarta-feira à noite pelas forças de segurança, para cumprir uma pena de prisão de 15 meses por desrespeito a uma ordem do Tribunal Constitucional, a mais alta instância judicial do país.

Na passada sexta-feira, os distúrbios alastraram-se a várias áreas de Joanesburgo, a maior cidade do país, na província de Gauteng, onde se situa também a capital da África do Sul, Pretória, e onde se localizam vários albergues dos Zulus, o maior grupo étnico do país.

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Sobre o Museu de Arte Moderna da Madeira apontou que surge do “arrojo de concretizar um sonho” do economista Rui Sá. “Não é fácil, porque, normalmente, a arte é mal entendida e os artistas sempre foram incompreendidos e ostracizados”, argumentou. Miguel Albuquerque complementou que “o reconhecimento surge depois de mortos para a maioria dos casos”. Elogiou Rui Sá porque “não teve nenhuma inibição em fazer uma amostragem das suas experiências criativas” e criou um “espaço que serve a comunidade e é uma oferta de arte”.

O governante madeirense defendeu ainda a realização de uma bienal de arte na Madeira e a importância de “incorporar as artes criativas no futuro modelo do desenvolvimento económico da Madeira em todos os setores”.

O Mamma apresenta cerca de 300 obras do economista e artista madeirense Rui Sá que foram sendo executadas nos últimos 15 anos e estão espalhadas num espaço com cerca de 800 metros quadrados na Estrada Monumental, no Funchal.