Na essência, o tamarindo é uma leguminosa consumida desde sempre na África e na Ásia, mas que apenas recentemente começou a chegar à culinária europeia e de forma ainda pouco expressiva. Mas os cientistas não estão preocupados com o sabor ou tipo de pratos em que pode ser introduzido. Estão antes concentrados numa outra característica desta curiosa vagem, que nada tem a ver com o sabor ou a textura.

Uma equipa de investigadores descobriu que as cascas do tamarindo, que toda a gente atira para o lixo, são ricas em carbono, material que dá para ser isolado, processado e utilizado para originar nanofolhas de carbono. Este é um componente essencial para a produção de supercondensadores mais eficientes, uma alternativa às baterias de iões de lítio convencionais, com menos capacidade, mas com mais rapidez na carga e na descarga.

O processo de transformação das cascas de tamarindo em nanofolhas de carbono

Os técnicos, agora especializados em tamarindos, trabalham a partir das universidades de Nanyang, em Singapura, de Ciências Aplicadas, na Noruega, e de Alagappa, na Índia. Os cientistas descobriram que secando as cascas a 100ºC durante seis horas e depois reduzindo-as a pó, o tamarindo pode de seguida ser cozido em fornos entre 700 e 900ºC, na ausência de oxigénio e durante 150 minutos, transformando-os em ultrafinas folhas de carbono, as nanofolhas.

De acordo com o professor Dhayalan Velauthapillai, “as nanofolhas incluem camadas de átomos de carbono arranjados em forma de hexágono, como se tratasse de um ninho de abelhas”. O segredo para a grande capacidade de armazenamento reside “na grande porosidade, que se traduz numa superfície útil muito maior do que seria de esperar”.

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