O presidente do Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos, André Teives, disse este sábado à Lusa que a adesão à greve dos trabalhadores da Groundforce ronda os 100% no aeroporto de Lisboa, estado apenas a funcionar os serviços mínimos.

“A adesão está muito próxima dos 100%”, referiu o presidente do STHA, indicando que em Lisboa “só estão a ser feitos os serviços mínimos”, ou seja, apenas foram trabalhar as pessoas “convocadas especificamente para os serviços mínimos […]. Tudo o resto aderiu à greve”.

Referindo não dispor ainda de dados completos sobre a adesão em outros aeroportos do país – os primeiros indicadores apontam para uma adesão de 50% no Porto e de 20% no Funchal -, o dirigente sindical manifestou-se confiante de que esta paralisação resulte numa solução para o pagamento pontual e sem atrasos dos salários dos trabalhadores da empresa de ‘handling’.

“Estamos claramente confiantes numa solução. Ninguém está a pedir aumentos salariais, o que estamos a pedir é aquilo que é primário: as pessoas trabalham e no fim do mês receberem o seu salário pontualmente”, sublinhou, acrescentando que isso inclui “obviamente” o subsídio de férias, sendo que muitos trabalhadores já gozaram o período maior das férias e “não receberam” esta remuneração.

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Este sábado é o primeiro dia da greve convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), como protesto pela “situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias” que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.

A paralisação vai prolongar-se pelos dias 18 e 31 de julho, 01 e 02 de agosto, o que levou a ANA a alertar para constrangimentos nos aeroportos nacionais, cancelamentos e atrasos nos voos assistidos pela Groundforce, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

Até ao momento e segundo os dados de fonte oficial da ANA — Aeroportos de Portugal já foram cancelados 93 voos, entre 40 chegadas e 53 partidas no aeroporto de Lisboa.

Além desta greve, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, com André Teives a salientar que devido à falta de pessoal, “o recurso ao trabalho extraordinário passou a ser ordinário, passou a ser uma prática comum”.

Para já o dirigente sindical considera prematuro falar em novas greves mas lembra que a que está já convocada para os dias 31 de julho, 01 e 02 de agosto “configura uma situação preventiva”, ou seja, se no final do mês persistir a situação de não pagamento pontual do salário, o pré-aviso (que tem de ser feito com um mínimo de 15 dias) “está feito”.

A greve ao trabalho extraordinário, que começou às 00:00 de 15 de julho prolonga-se até às 24:00 do dia 31 de outubro de 2021.

A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.