Os resultados alcançados pelos atletas portugueses justificam a ambição na conquista de duas medalhas nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, segundo o Chefe de Missão de Portugal, Marco Alves.

“Há um programa de preparação olímpica assente no mérito. Todas as qualificações conseguidas nos Mundiais e em Europeus, serão sempre esses que já o provaram contra os melhores que estarão na linha da frente para ter melhores resultados”, escudou-se Marco Alves, em entrevista à agência Lusa. Portugal chega a Tóquio2020 com o judoca Jorge Fonseca com o estatuto de bicampeão do mundo de -100 kg e outros “vices”, como os irmãos velejadores Diogo Costa e Pedro Costa, o marchador João Vieira, a lançadora Auriol Dongmo e a surfista Yolanda Sequeira.

Também Pedro Pichardo detém a melhor marca mundial no triplo salto, numa lista de ‘candidatos’ que tem de incluir o canoísta Fernando Pimenta e a judoca Telma Monteiro, ambos já medalhados, mas também o skater Gustavo Ribeiro, a seleção de andebol e o ‘eterno’ Nelson Évora, o único campeão olímpico português em atividade, apesar dos recentes resultados menos positivos.

“O ano de 2019 foi muito forte com resultados em Mundiais. Também não deixámos de ser mais ambiciosos quando assinámos o contrato-programa do que aquilo que já tínhamos logrado alcançar, com uma medalha em cada uma delas. Contratualizámos duas medalhas para Tóquio, e essa ambição foi sendo acompanhada pelos resultados conquistados”, prosseguiu.

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A obtenção de dois lugares de pódio, 12 diplomas [classificações até ao oitavo lugar] e 26 iguais ou acima do 16.º posto é, segundo o Chefe de Missão, um objetivo concretizável. “Não podemos esquecer que fizemos esta avaliação em 2017, foi contratualizada em 2018, num cenário com a inclusão de novas modalidades, temos representantes nessas modalidades, e num contexto em que, avaliando com base nos resultados, era o que nos identificava. Temos vários candidatos a cumprir com esses objetivos, o que nos deixa confortáveis”, assegurou.

Marco Alves sucedeu na liderança de missão a nomes como José Garcia, Mário Santos, Manuel Boa de Jesus, Alípio de Oliveira e Marques da Silva, que chefiaram, respetivamente, as comitivas a Rio2016, Londres2012, Pequim2008, Atenas2004 e Sydney2000, com a particularidade de ser o primeiro a conciliar a função com a de trabalhador do COP.

“O que posso dizer é que fiquei muito grato pela oportunidade dada pela comissão executiva. O que posso dizer é que tanto eu como a equipa construída em torno da missão já tem vários Jogos Olímpicos, isso facilita na agilidade, muitas pessoas são as mesmas e há muitos contactos internacionais”, assegurou. O responsável chefiou as missões portuguesas nos Jogos Olímpicos da Juventude, nos Jogos do Mediterrâneo, em 2018, e nos Jogos Mundiais, em 2017, tendo, em Tóquio2020, Catarina Monteiro, que já coadjuvou José Garcia no Rio2016.