Mais de um terço (35%) dos estudantes do Ensino Superior já ponderaram desistir do curso, fazê-lo é uma opção viável para 9% e 1% já tomaram mesmo esta decisão. Feitos os cálculos, são então 45% os que já tiveram o abandono em consideração.

São as conclusões do estudo “As Melhores Faculdades de Portugal”, desenvolvido pela agência de marketing especializada no mundo universitário Rede e citado pelo jornal Inevitável na edição desta terça-feira.

A Rede esclarece que a principal razão apontada pelos estudantes para equacionarem esta hipótese foi a incerteza em relação à sua escolha, já que 19% admitiram não ter a certeza se o curso em que estavam matriculados era, efetivamente, aquele que queriam.

Mas há mais fatores. 13% dos estudantes apontam mesmo o insucesso académico e o mesmo número levanta o problema da saúde psicológica como motivos relevantes para o potencial abandono dos estudos. Já 12% elencam o facto de o curso não corresponder às expectativas.

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A análise da Rede baseou-se num inquérito online que conseguiu reunir mais de 2.000 respostas de universitários de todo o país. A terceira parte do estudo é dedicada à questão “Desistir é uma opção?”, mas foi também analisada a escolha de qual faculdade onde estudar em que a agência destaca como fatores decisivos a localização e o prestígio.

A localização foi o critério de escolha mais mencionado pelos inquiridos, não sendo porém determinante para aqueles que estudam em Lisboa e no Porto. Este aspeto é relevante para os que, por sua vez, escolheram cursos fora destes grandes centros urbanos, como na Universidade da Beira Interior e Universidade do Minho.

Por outro lado, os alunos que frequentam os estabelecimentos das metrópoles valorizam mais o prestígio e a qualidade do curso ou faculdade. Como ponto a ter em conta na hora de escolher onde estudar, o interesse no curso e plano curricular ocupou também relevância, não sendo tão determinante como os outros critérios.

Outra conclusão a retirar deste estudo nacional é o facto de que grande parte dos inquiridos — 66% conseguiram entrar na primeira opção de curso (associado a uma faculdade), tendo 17% entrado na segunda e apenas 8 na terceira.

Já os estudantes cujo curso atual não corresponde à primeira opção, a maior parte deve a situação à preferência por outro curso, mas houve também muitos inquiridos a selecionar a localização como fator relevante para não estarem no local onde desejariam.