O Conselho Superior de Estatística (CNE) revela ter “preocupação” com o “adiamento da divulgação e/ou eventual suspensão do Relatório Único”, de acordo com o Jornal de Negócios. O documento, que as empresas têm de entregar anualmente ao Estado, permite à Autoridade para as Condições do Trabalho verificar, por exemplo, se estão a cumprir com o pagamento dos salários mínimos de cada categoria profissional ou se as horas de formação obrigatórias estão a ser dadas de acordo com a lei. Há ainda informação sobre greves, prestação de trabalho suplementar ou recurso a trabalhadores temporários.

Por lei, a entrega ocorre entre março e abril, mas, por causa da pandemia, o prazo foi alargado até 30 de setembro. Já no ano passado tinha sido prolongado até 30 de novembro.

O Governo, no entanto, diz não perceber as dúvidas do Conselho Superior de Estatística, que junta INE, Banco de Portugal, vários ministérios e direções-gerais do Governo, parceiros sociais, professores universitários e personalidades ligadas à estatística, sob presidência da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

“Não compreendemos a pergunta sobre o adiamento de que fala o Conselho Superior de Estatística”, afirma fonte oficial do Ministério do Trabalho ao Jornal de Negócios. “Por força do contexto decorrente da pandemia e da dificuldade das empresas em carregarem a informação, a entrega do Relatório Único decorrerá até 30 de Setembro de 2021”, lembra o Ministério do Trabalho, que garante apenas querer modernizar e simplificar o documento, “tornando-o mais colaborativo e inovador”.

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