A Ordem dos Médicos destacou esta terça-feira a posição cimeira de Portugal na área da transplantação a nível mundial e apelou a que a atividade no terreno seja “coordenada de forma criteriosa” para aumentar o número de transplantes com sucesso.

Sublinhando que Portugal ocupava em 2020 a 11.ª posição do topo mundial quanto ao número total de transplantes por milhão de habitantes e, no caso específico dos transplantes hepáticos, a 6.ª posição, a Ordem reconhece que a pandemia teve grandes impactos nesta atividade, mas recorda que está em “franca recuperação”.

“O número de transplantes está já em franca recuperação, com uma subida de 19% no primeiro semestre de 2021, em relação ao período homólogo de 2020”, sublinha a Ordem dos Médicos, em comunicado.

O bastonário da Ordem, Miguel Guimarães, destaca ainda que Portugal ocupa a 4.ª posição a nível mundial no que se refere à colheita de órgãos de dadores falecidos por milhão de habitantes, lembrando que o país foi pioneiro neste campo, nomeadamente com a criação do Registo Nacional de Não-Dadores (RENNDA).

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Na nota, a propósito do Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação, que esta terça-feira se assinala, o bastonário congratula ainda o Instituto Português do Sangue e da Transplantação pelos números divulgados.

“Neste dia especial e perante os dados divulgados, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação, as equipas coordenadoras e as equipas de colheita e de transplante de órgãos estão de parabéns, honrando a medicina portuguesa e tornando-a num exemplo além-fronteiras”, reforça Miguel Guimarães.

Os dados divulgados mostram que os transplantes subiram no primeiro semestre do ano, sobretudo os cardíacos e os pulmonares, com um total de 369 órgãos transplantados até final de junho, mais 54 do que no ano passado.

Nos primeiros seis meses deste ano houve um total de 163 dadores de órgãos (dadores falecidos e dadores vivos), mais 22 do que no período homólogo de 2020, sendo que 143 foram dadores falecidos (mais 21).

Estes números comparam com o ano atípico de 2020, marcado pela pandemia de Covid-19 e durante o qual caíram mais de 20% os órgãos colhidos para transplante e quase 50% o número de dadores vivos.

Nos primeiros seis meses deste ano foram feitos 27 transplantes cardíacos, mais 12 do que em igual período do ano passado, 201 renais (mais 33), 99 hepáticos (mais 10) e 24 pulmonares (mais cinco).

Os transplantes pancreáticos baixaram relativamente ao período homólogo, com oito realizados no primeiro semestre deste ano (menos seis).

Os dados do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) indicam igualmente que no primeiro semestre foram colhidos 424 órgãos (mais 78) e que a taxa de utilização foi de 82% (349 transplantados).