As autoridades bielorrussas fizeram buscas num jornal independente em Maladzyechna e detiveram três jornalistas, denunciou a Associação de Jornalistas da Bielorrússia.

Segundo a associação, as buscas aconteceram na redação do Regionalnaya Gazeta, em Maladzyechna, a 80 quilómetros da capital, Minsk, e foram detidos o editor Alyaksandr Mantsevich e os jornalistas Zoya Khrutskaya e Nasta Utkina.

“Com esta série de buscas e detenções, as autoridades transformaram a vida dos jornalistas independentes da Bielorrússia num inferno”, afirmou Andrei Bastunets, um dos responsáveis da associação, recordando que nos últimos dez dias foram detidos 32 jornalistas e feitas 64 buscas em meios de comunicação social.

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A agência noticiosa Associated Press relata que esta segunda-feira também foram congeladas as contas bancárias da associação de escritores Pen Center, dirigida pela escritora Svetlana Alexievich, Nobel da Literatura 2015.

Um tribunal de Minsk também condenou esta terça-feira 11 pessoas a penas de prisão entre os cinco e os nove anos, acusadas de organizarem “ações radicais” e de planearem um incêndio através de uma aplicação de mensagens. Uma delas, um homem de 26 anos condenado a oito anos, disse em tribunal que, no processo de investigação, foi torturado e forçado a uma confissão. Os resultados oficiais, reconduziram o Presidente Alexander Lukashenko para um sexto mandato, com 80% dos votos.

A oposição considerou o escrutínio fraudulento, tal como vários países ocidentais, e foi desencadeada uma vaga de contestação sem precedentes naquela antiga república soviética. Recusando qualquer concessão, o chefe de Estado bielorrusso, no poder há quase 27 anos, prendeu ou forçou ao exílio a maioria dos seus opositores e denunciou manifestações conduzidas pelo Ocidente para o derrubar. A repressão violenta do movimento de contestação causou vários mortos e várias centenas de pessoas foram detidas.