Um total de 100 pessoas, a maioria crianças e mães lactantes, foram libertadas após mais de 40 dias em cativeiro no noroeste da Nigéria, segundo confirmaram esta quarta-feira fontes policiais.

Conseguimos a libertação de 100 pessoas, na sua maioria mães e crianças lactantes, raptadas em 08 de junho por bandidos na aldeia de Manawa, na cidade de Maru”, disse Muhammed Shehu, porta-voz da polícia no estado noroeste de Zamfara, à agência EFE, por via telefónica.

Embora o porta-voz não tenha especificado o dia em que as vítimas foram libertadas ou de que forma, disse que não foi pago nenhum resgate para pôr fim ao seu cativeiro.

“As vítimas foram libertadas através dos esforços da polícia e de funcionários governamentais regionais. Serão submetidas a um exame médico e depois reunir-se-ão com as suas famílias”, disse Shehu.

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A libertação segue-se ao rapto, em 05 de julho, de 121 estudantes – um dos quais foi libertado uma semana depois, elevando o número total de prisioneiros para 120 – num ataque ao Colégio Betel Baptista, no estado de Kaduna, também no noroeste do país.

Após o rapto, o governo regional ordenou o encerramento de 13 escolas consideradas “vulneráveis” a ataques de bandidos, de acordo com uma carta enviada às escolas pelo chefe da Autoridade de Garantia de Qualidade das Escolas de Kaduna, Umma Ahmed.

Entretanto, em 04 de julho, pelo menos oito pessoas foram raptadas depois de homens armados suspeitos de serem bandidos terem invadido a sede do Centro Nacional de Tuberculose e Lepra na cidade de Zaria, também em Kaduna.

Nos últimos meses, tem havido um aumento de raptos em massa em escolas no norte da Nigéria, muitas vezes para resgates lucrativos.

Pelo menos 950 alunos foram raptados desde dezembro, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Em 30 de maio, 147 estudantes foram raptados de uma escola corânica no estado do Níger (no centro-norte), dos quais onze, com idades entre os 04 e os 12 anos, foram libertados um dia mais tarde.

Em 29 de maio, mais 14 estudantes da Universidade de Greenfield em Kaduna foram libertados depois de terem sido raptados em abril.

E em 02 de março foram libertados 279 estudantes que tinham sido raptados em 26 de fevereiro de uma escola pública de raparigas no Estado de Zamfara.

Este rapto de Zamfara, que as autoridades atribuíram a “bandidos” ativos no noroeste do país, teve lugar duas semanas após o rapto, por homens armados, de 38 estudantes e professores da Escola Governamental de Ciências de Kagara (estado do Níger), que foram, entretanto, libertados.

Em 11 de dezembro, 344 estudantes foram levados de uma escola no estado de Katsina, no norte do país, num ataque reivindicado pelo grupo ‘jihadista’ Boko Haram, que até então tinha confinado os seus ataques ao nordeste do país, embora as autoridades culpassem os bandidos.

Os estudantes foram localizados e libertados uma semana mais tarde numa floresta no estado vizinho de Zamfara.

Em 12 de junho, o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, prometeu pôr fim a estes acontecimentos e manifestou as suas “condolências” às famílias das “vítimas da violência dos bandidos” no noroeste e no centro do país.