A dívida pública da zona euro acelerou para os 100,5% no primeiro trimestre do ano, excedendo pela primeira vez os 100% do PIB, e a da União Europeia (UE) subiu para os 92,9%, segundo o Eurostat.

De acordo com dados do gabinete estatístico europeu, nos primeiros três meses do ano, o peso da dívida pública da zona euro ultrapassou pela primeira vez os 100% do Produto Interno Bruto (PIB) e acelerou para os 100,5%, face aos 97,8% homólogos e aos 86,1% do trimestre anterior. Na UE, a dívida agravou-se para os 92,9% do PIB, quer na comparação com os 79,2% do trimestre homólogo, quer face aos 86,1% dos últimos três meses de 2020.

Em ambas as zonas, a dívida está sob o forte impacto das medidas políticas tomadas para mitigar o impacto económico e social da pandemia de Covid-19 e do pacote de estímulos, que continuou a resultar em necessidades de financiamento acrescidas.

Os rácios mais elevados da dívida pública em relação ao PIB no primeiro trimestre de 2021 foram registados na Grécia (209,3%), Itália (160,0%), Portugal (137,2%), Chipre (125,7%), Espanha (125,2%), Bélgica (118,6%) e França (118,0%) e os mais baixos na Estónia (18,5%), Bulgária (25,1%) e Luxemburgo (28,1%).

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Além de se manter como o Estado-membro com a terceira maior dívida pública, Portugal teve a quinta maior subida do peso da dívida (18 pontos percentuais) face ao primeiro trimestre de 2020 (119,2% do PIB).

Zona euro com défice público de 7,4% e União Europeia de 6,8%

O défice público foi, no primeiro trimestre, de 7,4% do PIB na zona euro e de 6,8% na UE, divulga esta quinta-feira o Eurostat. Na zona euro, o défice recuou face aos 8,1% do PIB do último trimestre de 2020, mas teve uma forte subida na variação homóloga. Na UE, o défice de 6,8% do PIB compara-se com o de 7,5% do trimestre anterior e o de 0,3% dos primeiros três meses de 2020.

O gabinete estatístico europeu atribuiu o recuo trimestral do défice público em ambas as zonas à diminuição das despesas, sendo que estas, bem como as receitas, continuam a ser influenciadas pelas políticas públicas de resposta à pandemia da Covid-19.

No primeiro trimestre do ano, a maior parte dos Estados-membros apresentou défices nas contas públicas, com destaque para Malta (-9,9%), França (-9,3%) e Espanha (-8,2%). O Luxemburgo (3,0%) e a Alemanha (0,3%) apresentaram excedentes nas contas públicas. Portugal registou no primeiro trimestre um défice de 5,3% do PIB, um agravamento quer face ao de 0,5% homólogo, quer comparando com o de 5,1% do trimestre anterior.