Mais de 80 empresas portuguesas alertam num manifesto esta quarta-feira divulgado que se a ação climática se limitar às políticas em curso o mundo vai aquecer 2,9°C, “incompatível com a ambicionada proteção para a biosfera e vida na Terra”.

O manifesto “Rumo à COP26” surge a três meses da próxima reunião mundial sobre o clima (COP26), em Glasgow, e foi promovido pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (“Business Council for Sustainable Development” – BCSD), uma organização que junta mais de 100 empresas comprometidas com uma transição para a sustentabilidade.

O BCSD faz parte de uma rede global de empresas, a “World Business Council for Sustainable Development”, WBCSD.

O documento apresenta 11 objetivos para travar as alterações climáticas, considerando no final que o atual momento é decisivo e que é crucial aproveitar as lições da pandemia de Covid-19 “para acelerar a transição necessária”, concluindo que é preciso que a COP26 seja um sucesso, “de forma a evitar consequências desastrosas para as sociedades e economias”.

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Empresas e membros do conselho consultivo do BCSD chamam a atenção para a necessidade de energias renováveis, para a proteção e valorização da natureza, ou para a importância de mais países se comprometerem em reduzir em 50% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030 (e emissões neutras em 2050).

As organizações deixam ainda conselhos sobre o mercado do carbono, sobre os apoios a países mais pobres, sobre o financiamento e investimento em soluções de baixo carbono ou sobre a importância dos planos de adaptação às alterações climáticas.

“As empresas têm um papel decisivo na ação climática, não só pelos impactos das suas cadeias de valor, mas sobretudo pelo seu potencial de investimento, conhecimento e inovação”, diz, citado num comunicado sobre o manifesto divulgado esta quarta-feira, o secretário-geral do BCSD Portugal, João Meneses.