Ou a Fórmula 1 está cada menos exigente, em termos do tempo e da dedicação que exige aos seus pilotos, ou então são as redes sociais e a necessidade de associar aos ases do volante uma imagem mais vendável comercialmente estão a impor a sua lei. O certo é que surgem continuamente pilotos dedicados a outras causas que nada têm a ver com a rapidez ou a perícia aos comandos de um F1.

Lewis Hamilton foi um dos primeiros a dar o mote, dedicando-se ao tema do racismo e arrastando consigo a Mercedes, embora o piloto britânico seja uma prova viva que o mérito conduz ao triunfo. No seu caso, literalmente e num desporto que sempre foi liderado por brancos, dentro e fora do carro.

No último Grande Prémio do ano, disputado em Silverstone, em Inglaterra, Sebastian Vettel juntou-se à batalha fora das pistas, para ficar bem na fotografia. Depois de a corrida terminar, o piloto alemão saiu do F1 da Aston Martin, agarrou numa série de sacos gigantes e tratou de enchê-los com as garrafas e latas vazias que os fãs deixaram para trás, bem como os sacos de batatas fritas, de gomas e de tudo o resto que é embalado em plástico ou folha de alumínio. Tudo isto acompanhado de fotógrafos para registar o momento, o que fez maravilhas à sua imagem como pessoa. Já enquanto piloto, muitos apostam no seu abandono da F1 para breve, uma vez que Vettel está cada vez mais afundado na grelha de partida.

Além de andar a apanhar lixo em Silverstone, circuito que (obviamente) tem equipas próprias e profissionais para realizar este tipo de trabalho após cada prova, Vettel regressará ao Mónaco onde reside, aí evitando os impostos mais pesados que teria de pagar se ainda vivesse na Alemanha, onde nasceu.

Alegadamente mais preocupado com o ambiente, o piloto deixou de voar em aviões charter e passou a deslocar-se de bicicleta do hotel para o circuito. Contudo, também foi dos pilotos que mais reclamou contra a adopção dos actuais motores híbridos de F1, os 1.6 V6, menos nobres mas igualmente menos poluentes, só porque gostava mais de pilotar os anteriores V8 e, antes deles, os V10 e V12. Nos últimos tempos, o alemão foi notícia ao vender a sua colecção de desportivos para trocá-los por veículos eléctricos, tipo de mecânica que a Aston Martin ainda não comercializa.

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