Esta sexta-feira, Portugal registou mais 3.794 casos de infeção com o SARS-CoV-2, mais 247 do que no mesmo dia da semana anterior. A comparação com as outras sextas-feiras também não reflete melhorias: é preciso recuar a 5 de fevereiro, quando Portugal saía do pico da pandemia, para encontrar um final de semana com mais casos (foram 6.916 nesse dia).
O país oficializou também mais 16 mortes associadas à Covid-19, o mesmo número do dia anterior. É mais do dobro do que constava no boletim revelado na sexta-feira anterior, dia 16 (sete mortes). A acompanhar este aumento está a subida da taxa de incidência: o número de novos casos nos últimos 14 dias por 100.000 habitantes passou, a nível nacional, de 409 (segundo a atualização de quarta-feira) para 418,3 casos (no mais recente boletim). Só no continente, cresceu de 421,3 para 430,8.
Em contraciclo está o índice de transmissibilidade — o chamado R(t) —, que continua a descer, uma tendência que tem registado nos últimos dias. A nova atualização coloca o indicador nos 1,07, tanto no continente como a nível nacional, uma queda face aos 1,09. Ou seja, cada infetado continua a contagiar mais do que uma pessoa, mas há um ponto positivo: o ritmo do contágio está a abrandar.
Norte e Lisboa e Vale do Tejo com quase o mesmo número de novos casos
É a região Norte que lidera no número de novos casos registados nas últimas 24 horas: foram 1.455, 38,3% do total. Muito perto está Lisboa e Vale do Tejo, que detetou mais 1.450 novas infeções (38,2% do total). Em termos de novos casos, segue-se a região Centro (com mais 352 casos), o Algarve (mais 281), o Alentejo (132), a região autónoma dos Açores (83) e a região autónoma da Madeira (41).
Já em relação aos óbitos, a maior parte aconteceu na região Norte (7 dos 16). Em segundo lugar está Lisboa e Vale do Tejo (com 3). O Centro, o Alentejo e o Algarve registaram, cada uma, duas mortes.
Internamentos descem pelo segundo dia consecutivo
O boletim da DGS revela ainda que há menos cinco doentes internados para um total de 855. É a segunda descida consecutiva. Em cuidados intensivos não houve alterações: continuam a estar nestas unidades 178 pessoas, o mesmo valor do dia anterior.
Além disso, das 16 mortes registadas, uma aconteceu na faixa etária dos 50 aos 59 anos (foi uma mulher). Na seguinte, dos 60 aos 69 anos, foram mais 3 (um homem e duas mulheres) e na dos 70 aos 79 mais cinco (dois homens e três mulheres). Já a faixa etária acima dos 80 anos continua a ser a mais afetada: morreram sete pessoas (dois homens e cinco mulheres).
Apesar de elevado, este número é muito inferior face ao período pré-vacinação. Ao Público, Carlos Antunes, matemático e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, salienta a redução da letalidade nas idades mais avançadas. “Há uma redução efetiva da letalidade acima dos 70 anos, que é ainda mais acentuada acima dos 80 anos”, nota. Por exemplo, antes da vacinação, 16,6% das pessoas no grupo dos maiores de 80 anos que adoeciam com a doença morriam. A partir de março, o valor baixou para 1,4%.
Desde o início de maio, a vacinação contra a Covid-19 evitou 700 mortes em Portugal