A estimativa é de um grupo de investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP): a vacinação contra a Covid-19 evitou, em Portugal, cerca de 700 mortes desde o início de maio, ou seja, em pouco mais de dois meses e meio.

Segundo escreve o Público esta sexta-feira, os investigadores olharam para o rácio entre o número de casos e o número de mortes, de setembro de 2020 até início de janeiro deste ano, quando a vacinação estava a arrancar. E estimaram o valor esperado de mortes já para o período de vacinação. O número de mortes evitadas foi calculado a partir de 1 de maio, altura em que terminou o estado de emergência.

Ao Público, Milton Severo, epidemiologista e investigador do ISPUP, traça uma comparação entre os números atuais e de final de outubro passado, quando a incidência era semelhante, assim como as restrições. Nessa altura, as mortes diárias estavam entre 30 a 40, enquanto que na semana passada foram, em média, seis a sete por dia, “cinco vezes menos”.

Os dados refletem “claramente os efeitos da vacinação”, sublinha o investigador. “Se os mais idosos não estivessem vacinados, teriam uma incidência muito superior à que têm atualmente e o número de mortes seria muito superior”, afirma.

Carlos Antunes, matemático e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, também salienta a redução da letalidade nas idades mais avançadas. “Há uma redução efetiva da letalidade acima dos 70 anos, que é ainda mais acentuada acima dos 80 anos”, nota. Por exemplo, antes da vacinação, 16,6% das pessoas no grupo dos maiores de 80 anos que adoeciam com a doença morriam. A partir de março, o valor baixou para 1,4%.

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