Empresas que investem em energias renováveis destacaram esta sexta-feira a necessidade de o Governo português criar um mapa regulatório claro e estável, e não apenas um “plano nacional ambicioso”, para atrair investidores, que precisam de “segurança”.

“Um plano nacional é algo ambicioso, mas não deixa de ser um plano, um documento que não é extensivamente vinculativo. A regulação é o que dá, de verdade, segurança aos investidores”, defendeu a diretora para a Ibéria de eólicas offshore (no mar) da TotalEnergies, Alexandra de Marichalar.

Esta opinião foi manifestada por vários representantes de empresas que investem em energias renováveis que participaram esta sexta-feira na conferência “Energia Renovável Offshore Abre Novos Horizontes”, promovida pela Câmara Municipal de Viana do Castelo.

Alexandra de Marichalar disse que Portugal é um dos mercados emergentes que a TotalEnergies está a avaliar, mas falta um “quadro regulatório claro e estável”. “Um investidor não pode ir para um país só com um plano nacional, tem de ir com as leis”, acrescentou a responsável.

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Já Alexandre Kisslinger, da Acciona Energia, sublinhou que falta em Portugal o “desenho das infraestruturas necessárias” para o desenvolvimento das renováveis, nomeadamente da eólica offshore, bem como um “calendário e objetivos” bem definidos. “Se fizermos isso a tempo, estamos perfeitamente a tempo de conseguir um mercado atrativo para investidores”, sublinhou o responsável da Acciona.

Por seu turno, o diretor de eólica offshore da BAYWA, Ricardo Rocha, considerou que a indústria “já tem maturidade suficiente para ser comercial”, reconhecendo, porém, que talvez o plano marítimo nacional necessite de um pouco mais de ambição em termos de capacidade”.

No painel “Energias renováveis offshore que melhoram a balança comercial, aumentam o emprego, descarbonizam e promovem avanços tecnológicos”, moderado pelo presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), Pedro Amaral Jorge, participaram também representantes da Southern Europe Ocean Winds (EDP/ENGIE), da Corpower e da Vestas Portugal.