Morreu este domingo Bob Moses, figura central da história do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos da América. A notícia da sua morte foi confirmada pela sua filha, de acordo com o jornal The New York Times, tendo o óbito sido também confirmado pela agência de notícias Associated Press.

O jornal norte-americano The Washington Post descreve-o como um “líder do movimentos pelos direitos civis”, que enfrentou “detenções e espancamentos duradouros” no estado sulista do Mississippi, nos anos 1960, para assegurar o registo nos cadernos eleitorais de cidadãos negros. Mais tarde, como conta o The New York Times, viria a fundar uma organização (Algebra Project) dedicada ao ensino da matemática como ferramenta para combater a desigualdade social.

Figura de um movimento que teve líderes mais afamados como Martin Luther King Jr., Bob Moses foi decisivo no combate contra o racismo e a segregação racial num estado como o Mississippi, onde a organização racista Ku Klux Klan tinha forte presença e onde se registavam inúmeros linchamentos de negros naquela época.

Vítima de violência tanto por membros do Ku Klux Klan como pela polícia norte-americana, num estado que no início dos anos 60 brancos e negros ainda não coexistiam normalmente nas escolas, no trabalho, nas habitações, nos transportes públicos e nas igrejas e parques infantis, Bob Moses tornou-se numa lenda do movimento pelos direitos civis.

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Foi detido, colocado na prisão e agredido múltiplas vezes, tendo ainda construído, segundo o The New York Times, uma reputação de homem que se mantinha extraordinariamente calmo em cenários violentos e hostis.

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