A Bermuda, as Ilhas da Bermuda ou, como é mais comum ouvir-se em Portugal, as Bermudas, ficam em pleno Oceano Atlântico e ao largo dos Estados Unidos. O arquipélago conta com 181 ilhas e a população chega aos 71 mil habitantes num país onde é mais do que habitual ouvir-se português devido a 160 anos de imigração portuguesa, principalmente originária dos Açores e da Madeira. A partir desta terça-feira, as Bermudas têm também uma campeã olímpica.

Flora Duffy, atleta de 33 anos, venceu o triatlo feminino e conquistou a primeira medalha de ouro na história das Bermudas — e apenas a segunda em termos gerais. A triatleta, que foi campeã do mundo em 2016 e 2017, ganhou a corrida ao alcançar uma vantagem assinalável na transição do ciclismo para a corrida e ainda dobrou nove adversárias, terminando um minuto e 14 segundos antes de Georgia Taylor-Brown, que ficou com a prata.

Duffy já tinha estado nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, e de 2012, em Londres, mas nunca tinha conseguido alcançar uma medalha. O ouro acaba por ser a consagração de uma carreira cheia e consistente, onde a atleta natural das Bermudas alcançou um registo impressionante de ser a única a ter tido o melhor tempo na natação, no ciclismo e na corrida numa prova da World Triathlon Series.

A triatleta, que é casada com o colega de profissão sul-africano Dan Hugo, foi condecorada com a Ordem do Império Britânico em 2018 e juntou-se assim a Clarence Hill enquanto as únicas a terem conseguido conquistar uma medalha olímpica a representar as Bermudas — sendo que o bronze de Hill, no boxe, foi já em Montreal 1976. Além disso, esta vitória de Flora Duffy tem ainda outro pormenor impressionante. É que, para além da triatleta, as Bermudas só enviaram outra representante para Tóquio, Dara Alizadeh do remo, naquela que é a delegação olímpica mais pequena da história do país. Ou seja: as Bermudas enviaram duas atletas e alcançaram um ouro, numa taxa de sucesso muito acima da média.

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