“A Naomi não vai jogar em Wimbledon este ano. Vai tirar um tempo pessoal para estar com amigos e família. Vai estar pronta para os Jogos Olímpicos e está entusiasmada para jogar perante os adeptos japoneses”. Foi assim, através de um curto comunicado, que a equipa de Naomi Osaka anunciou que a tenista não iria participar num dos quatro Grand Slams do ano. Um mês antes, em Roland Garros, Osaka tinha desistido na sequência da polémica gerada pelo facto de se ter recusado a dar conferências de imprensa para proteger a própria saúde mental. O regresso à competição no Japão, com os Jogos Olímpicos, parecia o cenário perfeito para a atleta voltar aos seus melhores dias.

E nem sequer era simplesmente por estar a jogar no país que representa, por ser uma das grandes favoritas ao ouro ou por querer acelerar para ainda tentar ganhar o US Open. O regresso à competição no Japão, com os Jogos Olímpicos, parecia o cenário perfeito porque cedo se percebeu que Naomi Osaka seria lançada com uma das caras do evento — uma das caras do sucesso do evento. A tenista de 23 anos acendeu a chama olímpica na cerimónia de abertura, declarando oficialmente o início dos Jogos, e tinha como objetivo encerrar esta jornada com a primeira medalha olímpica da carreira. E as circunstâncias até começaram por facilitar essa eventualidade.

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Osaka venceu a chinesa Saisai Zheng no regresso aos courts, por dois sets e sem precisar de se esforçar muito, e eliminou depois a suíça Viktorija Golubic na segunda ronda. A eliminação de Ash Barty, outra das grandes candidatas ao ouro, logo na ronda inaugural, deixou a ideia de que a vitória estava entregue: Osaka estava no Japão, a defrontar adversárias teoricamente inferiores e com vista privilegiada para o apelativo objetivo do ouro. O cenário mais previsível, porém, não se concretizou.

Esta terça-feira, na terceira ronda do torneio de singulares dos Jogos Olímpicos e depois de uma exibição apagada e quase apática, a tenista japonesa perdeu em dois sets (6-1 e 6-4) com a checa Marketa Vondrousova e despediu-se do sonho da medalha de ouro. Atualmente, e nem que seja pelo facto de ser a tenista ainda em competição com a melhor classificação no ranking WTA (4.ª), a ucraniana Elina Svitolina parece ser a grande favorita à vitória. Naomi Osaka escolheu os Jogos Olímpicos para regressar e os Jogos Olímpicos escolheram-na enquanto figura de proa — mas nem um nem outro acertaram nas apostas.