Portugal registou esta semana uma “tendência estável a decrescente” na incidência de novos casos de Covid-19 acumulados nos últimos 14 dias por 100 mil habitantes. Com uma subida considerável na ordem dos 21%, o Alentejo é uma das exceções, assim como o Norte, que registou um aumento de 6% na incidência.
De acordo com o relatório de Linhas Vermelhas publicado esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o grupo etário com uma incidência a 14 dias mais elevado é o grupo dos 20 aos 29 anos com 969 casos por 100 000 habitantes. No entanto, registou-se um crescimento de 23% na faixa etária com mais de 80 anos, o que pode vir a “traduzir-se no aumento de internamentos e mortes nas próximas semanas”.

▲ Matriz de risco
No entanto, o documento sublinha que “mesmo que a tendência decrescente se confirme nas próximas semanas”, o INSA continua a esperar “a continuação do aumento da pressão sobre os cuidados de saúde e da mortalidade nas próximas semanas”.
Já o número diário de casos em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência crescente, correspondendo a 82% (na semana passada foi de 70%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas (208). Lisboa e Vale do Tejo (LVT) já ultrapassou mesmo o limite crítico, estando neste momento em 105%. A faixa etária que regista mais internados em UCI é a dos 40 aos 59 anos, estando 85 pessoas hospitalizadas.

▲ Camas ocupadas nas Unidades de Cuidados Intensivos
O relatório de linhas vermelhas também salienta o “aumento” de hospitalizações no grupo etário dos 60 aos 79 anos. Nas restantes idades, incluindo a faixa com mais de 80 anos, os internamentos em UCI mantiveram-se estáveis na última semana.
Em relação às variantes em circulação em Portugal, a Delta representa 97,8% dos casos de Covid-19 na última semana e é a “mais prevalente”, tendo a sua frequência “aumentado em todas as regiões”. A variante Delta Plus totaliza 0,8% — foram detetados 59 casos — e a sua circulação “é muito limitada em Portugal”.
Na última semana, não foi identificada qualquer caso da variante Lambda, originário do Peru, enquanto a variante Alpha continua com uma “tendência decrescente em todo o território nacional”.