Jorge Fonseca, que ganhou o primeiro título para Portugal nos Jogos Olímpicos de Tóquio, chegou em ambiente de festa ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde estavam dezenas de pessoas à sua espera para aplaudir a medalha de bronze conquistada nos -100 kg, na quinta-feira.

Abraçado pela família e amigos à chegada, que aguardava com “ansiedade”, Jorge Fonseca disse “não estar à espera” da quantidade de pessoas que o aguardavam, mas ficou “muito feliz” com a enchente.

Sobre a conquista do título, o judoca partilhou que fez a “mãe feliz”. É a sua “fã número 1” e “está sempre muito mais nervosa” do que o filho, conta — aliás, vai ser ela que vai guardar a medalha. “Trabalho para ela, para os meus familiares e para os portugueses”, sinaliza, agradecendo também as mensagens que recebeu nos últimos dias, incluindo a do Presidente da República.

“A medalha sabe a tudo o que fiz: à dedicação e ao trabalho para os treinos”, diz o judoca, que revela que o “segredo” da conquista é “muito trabalho, muita determinação”. Além disso, Jorge Fonseca partilhou que não sentiu “pressão nenhuma”. “Fui e sabia onde estava, trabalhei para isso e conquistei”, afirmou, sabendo que iria acontecer “algo histórico”.

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Questionado pelos jornalistas sobre ter ficado em lágrimas após ganhar a medalha, Jorge Fonseca confessou ser um “momento de frustração porque tinha o ouro ao seu lado”, mas assume que “tinha de estar feliz”. “Quero ser o melhor de todos os tempos de Portugal e vou ser melhor”, frisa, exortando os jovens portugueses a ter a sua “a mentalidade”, de não gostar “de falhar, nem de perder”.

Futuro? Ouro em Paris

Jorge Fonseca assumiu o seu próximo objetivo: o ouro nos próximos Jogos Olímpicos daqui a três anos, em Paris. “Prometo o ouro e vou colocar muito empenho” nesse objetivo, garante. “Tenho capacidades para mais e estou numa boa forma física.” Para alcançar essa meta, o atleta vai já começar a “trabalhar”, após um curto descanso de três dias.

Em relação às duas marcas desportivas a que Jorge Fonseca dedicou a medalha, o judoca recusou comentar se recebeu uma nova proposta, preferindo focar-se naquilo que tem para “conquistar”. “Quero mais, quero mais. Tenho fome de título.”

Quanto à prestação portuguesa nos Jogos Olímpicos, o atleta considera que “Portugal vai ganhar mais medalhas” e que há hipótese “no atletismo”. “Acredito que vai acontecer algo histórico”, assegura.

Em Tóquio, o judoca conquistou o bronze ao bater o canadiano Shady Elnahas por waza-ari, alcançando a 25.ª medalha do deporto português em Jogos Olímpicos. O seu feito levou a que Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa felicitaram Jorge Fonseca.

“Eu nasci para o ouro, não nasci para o bronze. Estou feliz, posso dizer isso. Infelizmente, não realizei o meu grande objetivo de ser campeão olímpico. Trabalhei imenso para o ouro, tudo o que foi preciso. […] A cãibra [na mão] não me ajudou na meia-final, estraguei o combate. Foi um erro”, analisou, na altura, na zona mista do Nippon Budokan.

Jorge Fonseca, o “miúdo irreverente” a quem chamavam “gordinho”, com uma “história de superação” que conquistou o bronze