A chefe das parteiras em Inglaterra pediu às suas colegas para encorajarem as mulheres grávidas, muito pouco vacinadas, a receberem a vacina, após um estudo da Universidade de Oxford mostrar o agravamento dos sintomas face à variante Delta. Note-se que este estudo ainda não passou pelo processo de revisão pelos pares para confirmar as conclusões.

“A vacina contra a Covid-19 pode mantê-la a si, ao seu bebé e aos seus entes queridos seguros e fora do hospital“, sublinhou Jacqueline Dunkley-Bent, uma vez que a proporção de mulheres grávidas vacinadas é muito baixa. Numa carta aberta enviada esta sexta-feira às suas irmãs e às mulheres em causa, “apelou às grávidas a tomarem medidas para se protegerem a si e aos seus bebés”, sublinhando que “a vacina salva vidas”.

O apelo chega depois de, na semana passada, um estudo “preocupante” da Universidade de Oxford mostrar que 99% das mulheres grávidas admitidas no hospital com o vírus não foram vacinadas; e que uma em cada 10 mulheres hospitalizadas requer cuidados intensivos.

“É uma notícia muito boa que tão poucas mulheres grávidas vacinadas tenham sido admitidas no hospital com Covid-19”, disse a chefe do estudo, a professora Marian Knight, que também considerou “muito perturbador notar que as admissões hospitalares de mulheres grávidas devido à Covid- 19 estão a aumentar e que parecem ser afetadas mais gravemente pela variante Delta” do vírus que provoca a doença.

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Segundo Marian Knight, 200 grávidas deram entrada no hospital com o novo coronavírus, só na última semana. No total, desde o início da pandemia e até 11 de julho, 3.371 gestantes deram entrada no hospital com sintomas da doença. A gravidade da sua condição foi acentuada com a variante Delta, detalha o estudo, que ainda não foi analisado pelos seus pares.

As mulheres grávidas podem receber, desde meados de abril, a vacina da Pfizer-BioNtech ou da Moderna no Colégio Real de Obstetras e Ginecologistas (RCOG, sigla em inglês), assim como no Colégio Real das Mulheres Parteiras, que as aconselha a fazê-lo o mais rápido possível. Em Portugal, as autoridades de saúde recomendam a vacinação das grávidas a partir das 21 semanas de gestação.

De acordo com dados do serviço de saúde inglês, publicados em 22 de julho, cerca de 51,7 mil mulheres grávidas receberam a primeira dose da vacina e 20,6 mil a segunda. É um número distante das 606.500 grávidas identificadas na Inglaterra em 2020 e 2021 pelo médico assistente, afirma a BBC.