Menos 4.472 bebés foram submetidos ao teste do pezinho nos primeiros seis meses do ano, revelam os dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) que permitem monitorizar a natalidade em Portugal. Entre janeiro e junho de 2021, 37.675 bebés nasceram em Portugal, uma diferença substancial em relação aos 42.149 bebés registados no mesmo período do ano passado.

O número de bebés submetidos ao teste do pezinho nos primeiros seis meses do ano consegue ser inferior ao registado entre janeiro e junho de 2014, quando a crise económica encolheu a natalidade para valores mínimos dos 50 anos anteriores: 38.808 nascimentos do primeiro semestre daquele ano. Portugal arrisca-se a chegar a 31 de dezembro com menos bebés que em 2014, ano em que houve 75.350 nascimentos.

Em declarações ao Público, a demógrafa Maria João Valente Rosa atribui à pandemia de Covid-19 a culpa pela diminuição na natalidade nos primeiros seis meses de 2021: “Estamos perante o reflexo direto do que se passou em 2020, em que à crise sanitária, que se traduziu num menor acesso aos cuidados de saúde, e ao consequente receio do que poderia vir a ser o acompanhamento do processo de gestação, somou-se o receio de se cair na insegurança económica e financeira”.

O impacto da pandemia nas migrações também justifica este fenómeno, continua a investigadora. Em 2020, mais de 13% dos nascimentos foram de mães com nacionalidade estrangeira, pelo que a imigração é “uma boa almofada em termos de natalidade”. Mas as migrações reduziram durante a pandemia de Covid-19, por isso a contribuição delas para a natalidade também diminuiu.

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