O candidato do PAN em Coimbra às eleições autárquicas de setembro, Filipe Reis, carrega, entre outras, a bandeira da sustentabilidade tanto na mobilidade como na alimentação que no seu entender terá reflexos na justiça social e na economia local.

“As alterações climáticas e a crise social, que resulta da Covid, são as duas questões do partido para todas as autarquias. De forma concreta em Coimbra isto pode ser trabalhado, por exemplo, na área da mobilidade que é uma das nossas principais bandeiras”, defendeu o candidato.

Filipe Reis considerou que esta questão carrega “duas grandes ideias de força como o ambiente e a justiça social” e, por isso, quer criar uma rede de “transportes públicos entre Coimbra, as freguesias e concelhos vizinhos de forma a evitar carros na cidade”.

Neste sentido, vai trabalhar em vários sentidos, desde a “articulação de horários e serviços dos comboios para os concelhos vizinhos” aos “parques próprios para as trotinetes elétricas que, em vez de as proibirem, devem ser ordenadas”.

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“Também há carros e não se acabam com eles, devem ser por isso criados estacionamentos, tal como há para bicicletas, nomeadamente junto às paragens dos autocarros, escolas e pavilhões desportivos”, indicou.

Filipe Reis destacou ainda “a falta de passeios nas zonas rurais” como um dos “problemas nacionais”, mas que o candidato quer eliminar no concelho, para que “um cidadão num meio rural possa circular em segurança”.

“E com isto estamos a fazer imensas obras. Não é uma obra enorme que mobiliza grande maquinaria, mas são muitas pequenas obras que podem ser feitas com meios locais e mão de obra local e, com isto estamos também a contribuir para a economia local”, defendeu.

O candidato apontou ainda a alimentação nas cantinas escolares como outra das “bandeiras a erguer” nos próximos quatro anos, uma vez que defendeu que “deve ser feita com produtos locais e não vindos de estufas de outros pontos do país”.

“Assim, estamos a promover os produtores locais, a consumir produtos endógenos e a reduzir a pegada do carbono e, com isso, ainda diminuímos os custos. Queremos também colocar na ementa do primeiro ciclo a opção vegetariana como têm as universidades”, disse.

A criação de “parques de matilhas, como os que já existem com grande sucesso em Matosinhos ou em Sintra para os cães errantes e, ainda por cima, são de baixo custo”, é outra das suas intenções.

Assim como o “serviço de brigadas de socorro animal a funcionar todos os dias e a todas as horas e não a fechar às 17h00 de sexta e a reabrir na segunda-feira, ou seja, é cumprir a lei, porque a lei já diz que isto tem de ser feito”, disse.

Filipe Reis, 57 anos, candidata-se pela primeira vez como cabeça de lista, depois de nas últimas eleições, em 2017, ter sido o segundo da lista, apesar de se interessar pela política “desde os 10 anos de idade, altura em que se deu o 25 de abril”.

Integrou movimentos estudantis e associativos e, em 1995, fundou a Agir pelos Animais e “o ativismo da causa animal entrou definitivamente na forma de vida” de Filipe Reis que faz parte da comissão política nacional do PAN.

Nasceu em Leiria, passou a infância em Tomar, viveu em vários pontos do país e fora, devido à itinerância do pai militar, mas Coimbra, onde estudou, foi a cidade que escolheu para a vida adulta e onde é professor no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC),

Durante oito anos, de 2009 a 2018, fez um interregno para ser administrador do Instituto Politécnico de Coimbra, tendo voltado a lecionar no ISCAC, mais conhecido por Coimbra Business School.

“Tenho cinco cães, quatro gatos, mais precisamente três cadelas, dois cães, duas gatas e dois gatos o que comigo dá paridade absoluta entre o masculino e feminino em casa”, disse Filipe Reis para contar com quem vivia.

Nas últimas eleições, o PS conquistou cinco mandatos na vereação, a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM conseguiu três, o movimento Somos Coimbra alcançou dois e a CDU um.

Filipe Reis disputa as eleições autárquicas, marcadas para 26 de setembro, com o atual presidente, Manuel Machado (PS), José Manuel Silva, da coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Volt, RIR e Aliança), Francisco Queirós (CDU), Gouveia Monteiro (Cidadãos por Coimbra) e Miguel Ângelo Marques (Chega).