O candidato do Livre à Câmara do Porto, Diamantino Raposinho, formalizou esta sexta-feira a sua candidatura, reafirmando a defesa de uma cidade “mais igual”, mais democrática e socialmente mais justa, declarando como objetivo a eleição.

Queremos uma cidade mais igual, um dos grandes problemas do Porto, neste momento, são exatamente as desigualdades sociais“, afirmou em declarações aos jornalistas à saída do Palácio da Justiça, onde o Livre entregou as listas.

O candidato do Livre destacou a habitação como prioridade absoluta no projeto de cidade do partido, como resposta à perda demográfica.

“Temos de acabar com a perda populacional que existe neste momento na cidade e temos de acabar com os despejos constantes, principalmente na zona do centro histórico”, declarou.

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Por outro lado, Diamantino Raposinho vê a democracia participativa como uma questão central da sua candidatura que defende a criação de uma assembleia de cidadãos.

“O que nós pretendemos é que os cidadãos tenham uma maior capacidade de intervenção quer ao nível das plataformas digitais, quer ao nível da convocação de uma grande assembleia de cidadãos constituída por cidadãos escolhidos aleatoriamente para que possamos debater aquilo que tem de ser uma das grandes prioridades para o futuro que é a transição ecológica do Porto”, disse.

Salientando que não há justiça ecológica sem justiça social, o Livre reafirmou os valores ecológicos como prioritários na candidatura ao Porto, que se pretende que seja capaz de concretizar esta transição.

Questionado sobre o que seria um bom resultado para o partido, o cabeça de lista afirmou que seria eleger “para a Assembleia [Municipal do Porto] ou para a Câmara, ou para ambos”.

Diamantino Raposinho fez-se acompanhar, entre outros, pelo candidato à Assembleia Municipal, Daniel Gonçalves, que deixou críticas ao executivo liderado pelo independente Rui Moreira.

“Por vezes tem sido uma gestão com um pendor demasiado liberal, muito próximo daquela linha que é a doutrina económica do mercado livre que naturalmente tem as suas consequências e acho que a face mais visível dessas consequências tem sido a crise da habitação“, afirmou.

Defendendo o crescimento demográfico como um motor de desenvolvimento, Daniel Gonçalves considera que é necessário travar os despejos e a saída de população para os municípios vizinhos, criando condições para fixar os mais jovens.

“Um aumento de população teria certamente resultado benéficos daquilo que é o futuro da cidade. Não podemos antever um futuro risonho para uma cidade que tem vindo a perder população”, rematou.

Para além de Diamantino Raposinho, à Câmara do Porto são conhecidas até ao momento as candidaturas de Ilda Figueiredo (CDU), Bebiana Cunha (PAN), Sérgio Aires (BE), Vladimiro Feliz (PSD), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), António Fonseca (Chega), Bruno Rebelo (Ergue-te), e a recandidatura do independente Rui Moreira.

A Câmara do Porto é liderada pelo independente Rui Moreira, cujo movimento elegeu sete mandatos nas autárquicas de 2017, aos quais se somam quatro eleitos do PS, um do PSD e um da CDU.

As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.