Foi um final à super-herói. Karsten Warholm ganhou a final dos 400 metros barreiras, percebeu que tinha acabado de alcançar o impensável, soltou um grito que ecoou no Estádio Olímpico de Tóquio e rasgou o fato com a força das próprias mãos. O atleta norueguês de apenas 25 anos chegou ao primeiro ouro olímpico e bateu o recorde mundial da distância, que já lhe pertencia: correu os 400 metros barreiras em 45.94 segundos, um tempo extraordinário e a primeira vez que alguém percorreu a distância em menos de 46 segundos.

Numa final muito rápida, com o segundo classificado Rai Benjamin, dos Estados Unidos, a bater também o anterior recorde mundial e o terceiro, o brasileiro Alison dos Santos, a ficar a dois centésimos do registo antigo, Karsten Warholm nunca deu qualquer hipótese e venceu de forma clara. Natural de Ulsteinvik, uma cidade costeira da Noruega, o atleta está a participar pela segunda vez nos Jogos Olímpicos depois de não ter ido além das meias-finais dos 400 metros barreiras no Rio de Janeiro.

De lá para cá, porém, Warholm tornou-se o melhor do mundo — e o melhor de sempre — na distância. Foi campeão do mundo em 2017 e 2019, campeão da Europa em 2018, campeão da Europa em Pista Coberta em 2019 e no passado mês de julho, na primeira corrida da época, bateu o recorde mundial que era aparentemente imortal. Em Oslo, no Bislett Stadium, o norueguês correu os 400 metros barreiras em 46.70 e bateu o registo do norte-americano Kevin Young que durava desde 1992, há quase 30 anos. Esta terça-feira, Warholm pulverizou a própria marca e estabeleceu um tempo quase inacreditável.

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Fã de Lego e enorme aficionado da saga Harry Potter, Karsten Warholm confessou numa entrevista recente que um dos últimos feitos que alcançou foi construir o edifício de Hogwarts em Lego. Em 2017, logo depois de ser campeão do mundo em Londres, o norueguês surpreendeu e apareceu com um capacete viking. Afinal, Warholm não é um super-herói — é um viking.