O primeiro país no globo a apostar forte na venda de veículos eléctricos, a Noruega, prepara-se para reduzir os apoios. De acordo com a posição de três dos principais partidos políticos noruegueses, este retirar de incentivos à aquisição de modelos com zero emissões começará pelo IVA, de que os eléctricos estão isentos. Pelo menos, no que respeita aos veículos mais caros.

Eventualmente confortável com a percentagem que os automóveis alimentados exclusivamente por bateria (ou células de combustível a hidrogénio) já representam no mercado local, ou porque os preços dos veículos eléctricos se têm vindo a aproximar dos seus rivais com motores de combustão, os políticos deste país escandinavo acreditam ter chegado a altura de iniciar a diminuição dos estímulos à compra de automóveis eléctricos, que estão isentos do IVA a 25%, pago pelos restantes veículos com motores térmicos.

A prova de que o sistema de ajudas montado pelo Governo norueguês funcionou é confirmada pelo facto de, em 2011, os veículos eléctricos, híbridos e híbridos plug-in representarem apenas 5% do volume de vendas anual, valor que disparou para 80% em 2020. Tudo devido à isenção do IVA, tanto para empresas como particulares, bem como a redução de 50% no valor das portagens, parqueamento e imposto de circulação.

De acordo com o responsável pelas relações com o Governo da Associação Automobilística da Noruega (NAF), Thor Egil Braadland, este tipo de ajudas à aquisição de modelos com zero emissões não vai continuar por muito mais tempo. Braadland prevê mesmo, fruto das conversações mantidas, que a reintrodução do IVA nos eléctricos aconteça já no próximo ano, de acordo com as posições defendidas pelos partidos Conservador, Socialista e Trabalhista que, juntos, detêm a maioria no Parlamento.

De início, o pagamento do IVA apenas afectará os veículos mais caros, acima de 600.000 coroas norueguesas, cerca de 57.500€. Isto significa que um modelo que até aqui era proposto por 60.000€ passará a exigir um investimento de 75.000€, um aumento de 15.000€, que evoluirá para 25.000€ caso o automóvel em causa tiver (antes do IVA) um preço de 100.000€.

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