Há mais de cem anos que um dos mais monumentos emblemáticos de Barcelona, a basílica da Sagrada Família, está em obras. Agora, ficou-se a saber que finalizar a secular construção vai custar mais 374 milhões de euros.

As contas foram apresentadas há dois anos à autarquia, quando foi obtida, pela segunda vez, a licença camarária (a primeira tinha sido dada em 1885, pouco depois do início sua edificação, em 1882) mas o jornal El País só esta semana teve acesso ao documento, enquanto os vizinhos reclamam por causa de um imposto não devidamente pago.

137 anos depois, a Sagrada Família já tem licença de construção

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo o diário, as obras integram o terminar da fachada da Glória (149 milhões de euros), erguer a torre de Jesus Cristo, a mais alta do templo (44 milhões), a dos Evangelistas (20 milhões) e a do Naixement (28 milhões), bem como o acabamento de capelas como a da Assumpta (37 milhões), as sacristias, a parte subterânea (42 milhões), onde se inclui o novo Museu,, por exemplo.

Por ser um monumento religioso é-lhe aplicado um desconto de 65% nos impostos, quando noutros edifícios é de apenas 3,35%. Assim pagou 4,3 milhões de euros de imposto, tendo a licença de construção ficado no total em 4.627.00 euros, de acordo com o El País.

Ora, quem não está muito de acordo com o pagamento deste imposto é a Associação dos Vizinhos que o denunciou, porque o valor não corresponde ao que devia ser:

O objetivo da licença de construção é essencialmente a legalização de obras executadas durante anos sem licença ou autorização de qualquer tipo. Não estamos perante uma licença para grandes obras de reabilitação (…), mas sim uma licença para restauro da legalidade urbana”.

Na opinião da Associação, o imposto pago sobre as futuras obras pode configurar um  “tratamento inaceitável de favorecimento fiscal aos promotores do edifício, que não pagaram impostos pelas obras feitas sem licença.” E insiste em falar em infração fiscal por parte dos responsáveis, defendendo que as finanças municipais deveriam fiscalizar o “custo real das obras e os valores declarados.”