O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse esta terça-feira à líder da oposição bielorrussa no exílio, Svetlana Tikhanovskaya, que está “do seu lado” e do da Bielorrússia.

Johnson manifestou “o seu forte apoio” a Tikhanovskaya “e ao povo bielorrusso” ao recebê-la para uma reunião em Londres, sobre a qual a política de 38 anos disse: “É importante saber que um dos países mais poderosos do mundo apoia a Bielorrússia”.

Estamos do seu lado, apoiamos muito o que está a fazer. Estamos empenhados em defender os direitos humanos e a sociedade civil na Bielorrússia”, afirmou o chefe do Governo britânico no início do encontro, no seu gabinete oficial de Downing Street.

Em declarações à imprensa no final da reunião, Tikhanovskaya, apoiada por simpatizantes que se juntaram no centro da cidade, mostrou-se “certa” de que o executivo britânico dará “apoio concreto” ao povo bielorrusso.

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Também afirmou que é ainda cedo para emitir comentários sobre a morte, hoje na Ucrânia, do ativista bielorrusso Vitali Shishov.

“Entendo que também eu posso desaparecer a qualquer momento; entendo-o, mas devo fazer o que faço”, declarou a política, que deixou o seu país em 2020, depois de participar numas eleições consideradas fraudulentas por vários países, em que o Presidente no cargo, Alexandr Lukashenko, renovou o seu mandato.

Previamente, Tikhanovskaya tinha expressado pesar nas redes sociais aos próximos de Shishov, afirmando que o que aconteceu confirma que os bielorrussos não podem sentir-se seguros “nem no estrangeiro”.

Antes de se reunir com Boris Johnson, a dissidente pediu ao Governo britânico para “manter a Bielorrússia na agenda” e considerar “a ameaça que o regime [de Lukashenko] representa agora para a comunidade internacional”, em declarações à televisão britânica BBC.

Questionada sobre se a família da atleta Krystina Tsimanouskaya — condenada pelo Governo bielorrusso após ter-se queixado de como foi por este tratada nos Jogos Olímpicos de Tóquio – está a salvo, respondeu: “Ninguém na Bielorrússia pode sentir-se a salvo”.

Tsimanouskaya está à espera de viajar do Japão para a Polónia, que lhe ofereceu um visto humanitário, depois de ter acusado Minsk de tentar repatriá-la contra a sua vontade por não ter cumprido as instruções para competir numa corrida que não era da sua competência.