Foram descobertos novos tesouros arqueológicos na cidade submersa de Thonis-Heracleion, situada ao largo da costa do Egito. Estes novos achados — que foram encontrados num extraordinário estado de conservação — incluem peças de cerâmica e objetos que datam de um tempo em que a cidade era considerada a maior do Egito.

As duas cidades estiveram perdidas durante séculos, até que em 1999, foi descoberta Canopeia e no ano seguinte, Thonis-Heracleion. Atualmente, têm sido levadas a cabo várias missões de estudo e pesquisa nas imediações destas duas importantes cidades do mundo antigo.

Estes estudos conduzidos nas imediações de Thonis-Heracleion têm sido levados a cabo pelo Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática (IEASM, na sigla em inglês), liderados há vários anos pelo arqueólogo marinho francês Franck Goddio, com estreita colaboração do ministério do turismo e antiguidades egípcio.

Estes “resultados extremamente interessantes”, segundo a IEASM, vieram confirmar a existência de inúmeros achados que foram deixados nesta cidade submersa, que datam de há mais de 2.400 anos. Entre as inúmeras relíquias encontradas destaca-se um enorme túmulo, que estava então “coberto por sumptuosas ofertas fúnebres”, cuja influência remonta ao tempo da civilização helénica.

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Os gregos que se estabeleceram nesta cidade durante o último período faraónico construíram diversos santuários perto do colossal templo de Amun e acabaram por deixar inúmeros vestígios da sua presença, tais como “artesanato de luxo importado da Grécia” e até cestos de verga que ainda continham vestígios de uvas e de noz doum — frutos de palmeira africana frequentemente associados a rituais fúnebres, aponta o IEASM.

O fantástico estado de conservação em que se encontravam muitas destas relíquias, poderá dever-se ao facto de terem ocorrido diversos tremores de terra, que levaram à imersão durante séculos de todos estes objetos. É o caso de um galeão que remonta à época ptolomaica, cujo fundeamento se deveu à queda de grandes blocos que compunham o templo de Amun. Foram precisamente estes blocos, que protegeram a embarcação e que permitiram manter o seu bom estado de conservação até aos dias de hoje.