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Barack Obama em três episódios na HBO: à procura de uma união perfeita, mas mantendo tudo à superfície

Este artigo tem mais de 2 anos

“Obama: In Pursuit of a More Perfect Union” estreia-se esta quarta-feira, dia 4, na HBO. Resume a vida pessoal e política do ex-presidente dos EUA, mas falta-lhe histórias inéditas e profundidade.

Barack Obama terá colaborado na série documental de forma indireta. “Foi uma grande ajuda porque pediu à equipa, aos amigos e a outras pessoas para cooperarem connosco", diz a produção
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Barack Obama terá colaborado na série documental de forma indireta. “Foi uma grande ajuda porque pediu à equipa, aos amigos e a outras pessoas para cooperarem connosco", diz a produção

Pete Souza

Barack Obama terá colaborado na série documental de forma indireta. “Foi uma grande ajuda porque pediu à equipa, aos amigos e a outras pessoas para cooperarem connosco", diz a produção

Pete Souza

No dia em que faz 60 anos, Barack Obama volta a ser o presidente dos Estados Unidos da América. Não na prática, claro, mas através de uma minissérie documental que se estreia esta quarta-feira, 4 de agosto na HBO. “Obama: In Pursuit of a More Perfect Union” está dividida em três partes e faz um resumo da vida do político, desde que nasceu até ao momento em que teve de dar lugar a Donald Trump na Casa Branca, em 2017.

A história é fácil de seguir, mesmo para quem não está familiarizado com as complexidades do sistema político norte-americano. Contudo, os episódios são demasiado longos (os dois primeiros rondam uma hora e 30 e o último tem quase duas horas) e, sobretudo no que toca à infância e adolescência de Obama, parecem não apresentar nada de novo. Que cresceu no Havai, filho de uma mulher do Kansas e de um homem do Quénia, já toda a gente sabe. Que o pai desapareceu da vida dele quando ainda era muito pequeno já toda a gente sabe. Que conheceu Michelle Obama durante um estágio de verão num gabinete de advogados já toda a gente sabe. Há relatos de colegas de escola e até de uma antiga namorada, mas as histórias que contam ficam sempre à superfície, não existe nada inédito ou empolgante.

À exceção de um amigo e da meia-irmã, também não há depoimentos do círculo mais íntimo do ex-presidente. Nem das filhas, Sasha e Malia, nem da mulher, Michelle. O próprio só aparece através de entrevistas antigas. Porém, de acordo com o realizador, Peter Kunhardt, essa escolha foi deliberada.  “Preferimos pegar nas palavras daqueles períodos no momento em que ele as disse”, explicou à revista Variety.

[o trailer de “Obama: In Pursuit of a More Perfect Union”:]

Ainda assim, Barack Obama terá colaborado na série documental de forma indireta. “Foi uma grande ajuda porque pediu à equipa, aos amigos e a outras pessoas para cooperarem connosco.”

“Obama: In Pursuit of a More Perfect Union” recorda vários discursos marcantes do antigo presidente. Aliás, o primeiro episódio começa com um de 2008 sobre as questões raciais. São compridos mas cativantes, embora bastante bucólicos. O primeiro afro-americano a chegar à Casa Branca foi um marco histórico mas aquilo que ele queria fazer, unir os americanos, revelou-se muitas vezes um ato inglório. Por mais que tentasse afastar-se do tema da sua cor de pele, ele esteve sempre lá e trouxe à tona comportamentos profundamente racistas, não só entre os cidadãos comuns mas igualmente no meio político.

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“Ele era visto como um ocupante ilegítimo da Casa Branca”, diz alguém num dos episódios. No fundo, isso acabou por dominar os seus dois mandatos. Apesar de tentar ignorar o ruído à sua volta, quando se levantaram questões sobre o local onde teria nascido, e já depois de ter apresentado o seu certificado de nascimento, teve de dizer numa conferência de imprensa: “Não temos tempo para estas parvoíces. Temos coisas melhores para fazer”.

À exceção de um amigo e da meia-irmã, não há na série documental, depoimentos do círculo mais íntimo do ex-presidente. Nem das filhas, Sasha e Malia, nem da mulher, Michelle

The White House

Houve peões que apareceram pelo caminho a atiçar o ódio de uma América com um legado profundamente racista. Primeiro foi Sarah Palin, que concorria como vice-presidente de John McCain nas eleições de 2004. Depois o homem que sucedeu a Obama no cargo. “[Donald] Trump falava diretamente para os racistas. Ele sentia o mesmo por ver um homem branco todos os dias ali”, analisa um jornalista entrevistado. Até um discurso que fez no senado foi interrompido por um membro da oposição com um sonoro “you lie [está a mentir]”, um ato de desrespeito impensável em qualquer outra presidência.

Ao longo dos três episódios — o segundo chega à HBO na quinta-feira, 5 de agosto, e o último no dia seguinte, 6 — também são expostos momentos mais infelizes na passagem pela Casa Branca. A pressa com que Shirley Sherrod foi afastada do seu cargo depois de ter começado a circular um vídeo, manipulado para levar a crer que ela, mulher negra, tinha sido racista durante o exercício das suas funções, é um deles. Sempre a tentar ser imparcial na questão racial e um unificador, Obama pecou por reagir sem antes ouvir os dois lados da história. Mostra-se igualmente o lado mais competitivo dele em situações em que passou por cima de outros políticos para alcançar as suas ambições.

Podíamos estar aqui o dia inteiro a destacar os momentos chave do percurso de um dos mais carismáticos presidentes, mas é para isso que serve “Obama: In Pursuit of a More Perfect Union”. No geral, o projeto é um bom resumo, mas falta uma reflexão do próprio Obama, olhando para trás, e o pós-Casa Branca, e outros pontos de vista para analisar alguns temas e momentos. Além disso, a história não acabou quando o 44.º presidente dos EUA fechou a porta da Sala Oval e de certeza que entretanto haverá material para mais, seja dando continuidade a esta série documental ou noutro formato.

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