O mistério arrasta-se desde 2019, quando a Bugatti surpreendeu tudo e todos no Salão de Genebra, ao apresentar o “La Voiture Noire”, um exemplar único com base no Chiron, construído para um apaixonado pelo Type 57 SC Atlantic de Jean Bugatti. A criação à medida e o facto de se tratar de um one-off justificam o astronómico valor deste hiperdesportivo que, por custar 11 milhões de euros (antes de impostos), imediatamente passou a ser o carro (novo) mais caro do mundo.

Alguém pagou 11 milhões de euros para ficar com este carro

Como o nome do proprietário nunca foi divulgado, por mais pressionada que a marca francesa tenha sido nesse sentido, desde então a identidade do comprador tem alimentado muita especulação. O nome de Cristiano Ronaldo tem sido apontado pela imprensa, mas até agora desconhece-se quem é realmente o dono desta autêntica obra de arte sobre rodas.

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Carro mais caro do mundo está pronto para entrega. Será para Ronaldo?

Ora, cerca de dois meses depois de a Bugatti ter anunciado que iria proceder à entrega do “La Voiture Noire”, eis que uma publicação com os hashtags #bugattichiron e #noir no Instagram de Carina Lima, conhecida pela sua fabulosa colecção de automóveis, poderia levar a crer que a portuguesa seria a feliz proprietária do hiperdesportivo mais caro da história. Isto porque a piloto que chegou a disputar vários campeonatos de gran turismo em Portugal e Itália, e também o Super Trofeo europeu da Lamborghini, filmou-se a aproximar-se de um Chiron completamente negro e, entre os detalhes que destacou no vídeo, surge a inscrição “Noire” na embaladeira da porta do lado do condutor.

As imagens foram captadas em Portugal, no que parece ter sido um dia de passeio pelas belas paisagens da Arrábida, com um trio de luxo: um Porsche, uma Ducati e um Bugatti que, apesar de integralmente preto e de ter a tal embaladeira, não é o “La Voiture Noire”. Parece tratar-se, isso sim, de um “Edition Noire”, uma nova configuração para o Chiron que a Bugatti passou a disponibilizar este ano, inspirando-se, precisamente, no “La Voiture Noire”.

14 fotos

Se olharmos com mais atenção, são evidentes as diferenças entre a unidade conduzida por Carina Lima e o carro mais caro de sempre na história da indústria automóvel. Desde logo, porque a traseira do one-off é inconfundível com as suas seis saídas de escape. Depois, a ferradura que emoldura o emblema da Bugatti na grelha frontal é mais larga e mais arredondada do que no Edition Noire, com a diferença que a base não possui ao centro uma proeminência, como a que se vê no vídeo (acima) da portuguesa. Acresce ainda que o Bugatti “La Voiture Noire” possui à frente, na lateral, saídas de ar para refrigerar a mecânica atrás das rodas dianteiras, algo que esta série especial só tem na embaladeira, não recorrendo às generosas entradas de ar à frente das rodas posteriores que o belo Bugatti da ex-piloto portuguesa apresenta no vídeo.

Porém, também fica a dúvida se trata de um Edition Noire, série limitada a 20 exemplares – todos eles já vendidos. Isto porque, segundo a Bugatti, esta edição especial é baseada no Pur Sport e exibe na tampa do depósito de combustível a inscrição “Chiron Sport”. No vídeo, o hiperdesportivo da antiga piloto não tem a referência “Sport” e o escape também parece distinto, com as habituais duas saídas trapezoidais dos Chiron. Mas quando questionada por um dos seguidores sobre que versão do Chiron se trata, Carina responde “noir”. E é isso que se vê numa outra publicação:

Certo, mesmo, é que estaremos perante um exemplar com 1500 cv de potência e 1600 Nm de binário, extraídos de um quadriturbo 8.0 W16. E a 420 km/h, a velocidade máxima a que está limitado o Chiron, nem dará para distinguir o La Voiture Noire de um Edition Noire… Em qualquer dos casos, estaremos sempre perante uma obra de arte e de engenharia. Ao alcance de poucos.

Recorde-se que Carina Lima é uma confessa fã de grandes máquinas, mas tem um gosto muito elitista, reconhecendo uma especial atracção pelas criações da Koenigsegg. Aliás, nas redes sociais até há quem a chame de “princesa Koenig”, pois a portuguesa que se divide entre Lisboa e o Mónaco tem quatro hiperdesportivos do construtor sueco na sua abastada colecção de casos, incluindo o primeiro Koenigsegg One:1. Por isso, há quem já aposte que o Jesko estará a caminho da sua garagem… O Chiron não se deve importar.