O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) pediu ao juiz Carlos Alexandre que lhe devolva o dinheiro arrestado no âmbito dos processos Monte Branco e BES para poder devolver os 10,7 milhões de euros que o envolvem na Operação Marquês, avança o Correio da Manhã e confirmou o Observador.

Já na contestação à acusação de três crimes de abuso de confiança, pelos quais está a ser julgado no Campus de Justiça em Lisboa, Salgado tinha manifestado essa intenção. O antigo líder do BES pretende assim devolver os 10,7 milhões de euros que o Ministério Público diz que desviou do Grupo Espírito Santo. Valor que será devolvido à massa insolvente que pagará aos credores e aos lesados do GES. Assim acredita ser absolvido.

Como vai ser o primeiro julgamento (a sério) de Ricardo Salgado?

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Sem disponibilidade financeira para pagar esse valor, os seus advogados pediram agora ao juiz de instrução Carlos Alexandre que descongele  as contas bancárias que tem na Suíça (onde estão depositados um total de 8,5 milhões) e os valores que prestou em cauções nos processo do Monte Branco e do BES. “Os bens arrestados excedem, em muito, o valor de 10,7 milhões de euros”, alega a defesa.

“Decorridos 6 anos desde a constituição de arguido, é público e notório, não se consumou qualquer fuga ou perturbação deste ou de qualquer outro inquérito criminal por parte do Dr. Ricardo Salgado. Ou sequer se verificou qualquer perigo “real” disso…, escrevem os advogados no requerimento a que o Observador teve acesso.

Ricardo Salgado espera agora pela resposta do juiz Carlos Alexandre. Mas mesmo que consiga o dinheiro, caberá ao coletivo de juízes que o está a julgar decidir se o condena ou não.

Salgado responde por três crimes de abuso de confiança por três transferências vindas da ES Enterprises, considerado o saco azul do BES, para offshore por si controladas: uma 4 milhões de euros que recebeu  e outra de  2,57 milhões (esta através de Hélder Bataglia) que recebeu na Savoices, e outra tranche de 4 milhões que recebeu noutra offshore, a Begolino (através de Henrique Granadeiro).