A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira uma ajuda de emergência de 36,7 milhões de euros à Lituânia, para ajudar a melhorar a capacidade de acolhimento face ao “número excecional” de migrantes ilegais que chegam desde a Bielorrússia.

De acordo com o executivo comunitário, esta ajuda financeira, concedida ao abrigo do Fundo de Asilo, Migração e Integração, visa ajudar a melhorar as instalações e serviços de acolhimento, incluindo primeiros socorros, cuidados médicos, instalações de isolamento para doentes com Covid-19 e vacinas, abrigo, alimentação, vestuário e kits de higiene.

O financiamento irá também reforçar as equipas de resposta para detetar potenciais vítimas de tráfico de seres humanos e para ajudar as pessoas que necessitam de proteção internacional, acrescenta a Comissão em comunicado.

Este apoio de emergência foi decidido na sequência da visita da comissária para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, à Lituânia em 01 e 02 de agosto, bem como da deslocação de funcionários da Comissão entre 08 e 10 de agosto, durante a qual foi feita uma avaliação estratégica para determinar o apoio a conceder à Lituânia.

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A Lituânia, bem a como a vizinha Letónia, tem enfrentado nos últimos meses um afluxo de imigrantes iraquianos, na sua maioria provenientes da Bielorrússia, com os países bálticos a acusarem o regime de Alexander Lukashenko de estar a encorajar este fluxo migratório, como forma de retaliação contra as sanções europeias contra Minsk, na sequência do desvio de um avião de passageiros para prender um jornalista dissidente.

Nos últimos meses, já entraram ilegalmente na Lituânia desde a Bielorrússia cerca de 4.000 pessoas, o que levou Vílnius a ponderar construir uma barreira física na fronteira entre os dois países, uma ideia que até já recebeu o apoio da comissária Johansson, embora Bruxelas já tenha lembrado que não é partidária de financiar com fundos europeus a construção de muros ou barreiras.

Na terça-feira, também a Letónia declarou o estado de emergência na fronteira com a Bielorrússia, autorizando as forças de segurança a recorrer à força física para impedir a entrada de imigrantes ilegais.

Uma vez que estas fronteiras são também fronteiras externas da UE, a questão vai ser discutida numa videoconferência extraordinária de ministros dos Assuntos Internos dos 27 convocada para 18 de agosto.