Foi o dia de todas as decisões. Amaro Antunes, o ciclista da W52-FC Porto que foi o vencedor da Volta a Portugal do ano passado, partiu para o derradeiro contrarrelógio com a camisola amarela e com o grande favoritismo para ganhar a competição pelo segundo ano consecutivo. Cumpriu, não desiludiu e conseguiu carimbar o primeiro lugar, repetindo o feito de 2020.

Mas é preciso recuar um pouco atrás na cronologia. Depois da saída da Rádio Popular-Boavista devido a casos positivos de Covid-19, a camisola amarela de Daniel Freitas caiu para Alejandro Marque, que a perdeu para Rafael Reis, da Efapel. Na antepenúltima etapa, na Serra do Larouco, Amaro Antunes conseguiu então resgatar a liderança da classificação geral, mantendo-a apesar da vitória do uruguaio Mauricio Moreira (Efapel) na Senhora da Graça, que cruzou a meta em terceiro e a oito segundos antes do português. A estratégia para o decisivo contrarrelógio de 20,3 quilómetros em Viseu, no caso do ciclista da W52-FC Porto, era simples.

Kyle Murphy bisa em etapas e Amaro Antunes veste a amarela no Larouco

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“Agora, resta-me defender o tempo que tenho. São 42 segundos [de vantagem]. É um contrarrelógio rápido e por que não acreditar? Esta equipa tem vindo a fazer, desde o início, todo o trabalho na Volta, estando focada na vitória. Eu e a minha equipa temos de estar orgulhosos do que temos feito. Temos deixado tudo na estrada (…) Agora é levantar a cabeça, arrancar à morte e chegar a morrer. Depois veremos o resultado final”, disse o atleta natural de Vila Real de Santo António, que para além de Mauricio Moreira, o segundo classificado, tinha ainda de contar com as prestações de Frederico Figueiredo e Joni Brandão.

Este domingo, para lá da luta pela vitória, o dia ficou também marcado pela despedida de Gustavo Veloso, que terminou a carreira depois de cumprir o contrarrelógio. Mauricio Moreira, a grande ameaça à vitória de Amaro Antunes, acabou por sofrer uma queda aparatosa ao sair em frente numa curva e tornou ainda mais complicada a tarefa de chegar ao primeiro lugar da classificação geral. Rafael Reis, também da Efapel, acabou por conseguir ganhar o contrarrelógio, terminando o percurso com menos 43 segundos do que Amaro Antunes — uma distância que, naturalmente, não foi suficiente para evitar a vitória do português, com o uruguaio Moreira a ficar no segundo lugar da classificação geral depois de ser também segundo na última etapa. O ciclista da W-52-FC Porto foi assim o quarto mais rápido no decisivo contrarrelógio, carimbando a segunda vitória consecutiva na Volta a Portugal e a terceira em termos globais com uma diferença de dez segundos para o principal perseguidor.

Nas outras classificações, a Efapel venceu o troféu de equipas, enquanto que Bruno Silva, da Antarte-Feirense, foi o vencedor da camisola de montanha. Rafael Reis, da Efapel, ganhou a classificação por pontos, com o porto-riquenho Abner González, da Movistar, a ficar com a camisola da juventude.