Ao quarto minuto de descontos, o FC Porto tremeu. O golo do empate que o Famalicão procurava há meia-hora apareceu, por intermédio de Bruno Rodrigues, e a vitória parecia perdida depois de um passe errado de Zaidu. Sérgio Conceição, de cabeça perdida, apontou o dedo ao diretor desportivo Luís Gonçalves mas respirou logo de seguida, quando Nuno Almeida anulou o golo por fora de jogo. Algo que não impediu o treinador dos dragões de, já depois do apito final e conquistados os três pontos, voltar a falar de forma mais efusiva com o responsável.

Toni e Otávio, o camisola amarela e o trabalhador de uma equipa que ainda tem de acelerar (a crónica do Famalicão-FC Porto)

Ora, uma conversa mais acesa que estará, possivelmente, relacionada com a ala esquerda da defesa do FC Porto. Depois de Zaidu ter sido titular contra o Belenenses SAD, na primeira jornada, Sérgio Conceição apostou em Wilson Manafá contra o Famalicão — apesar de o jogador ser lateral direito de raiz, apesar de o treinador ter dito que este tem dificuldades “quando o calor aperta” e apesar de Zaidu estar no banco de suplentes e totalmente apto para competir. Ou seja, fica cada vez mais claro que o técnico está com dificuldades em confiar totalmente no lateral que chegou ao Dragão na época passada e vindo do Santa Clara.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na flash interview, Sérgio Conceição reconheceu precisamente que a questão está a ser tratada “internamente” — ou seja, que não existe margem de manobra para ir ao mercado, algo que estará relacionado com o dedo apontado a Luís Gonçalves depois do erro de Zaidu no golo de Bruno Rodrigues que acabou anulado. “O Manafá faz a posição, mas não é a dele. Temos um lateral esquerdo, que é o Zaidu, e estamos a tentar resolver essa situação internamente. Enquanto o mercado está aberto, há sempre esta instabilidade e isto não é bom para ninguém. Faz notar alguma intranquilidade”, disse o treinador, que criticou depois a ação do lateral nigeriano no lance daquele que seria o golo do empate do Famalicão.

“Sentia-se que o jogo estava controlado, demonstrámos muita eficácia no último terço. Mas depois, num lance de bola parada, numa perda infantil da nossa parte, nasce o canto para o Famalicão e, na sequência disso, um grande cruzamento e um excelente golo do Famalicão. A partir daí, devido ao cansaço e ao calor — e não me quero desculpar, o calor existia para as duas equipas — talvez tenha havido fator motivacional para o adversário, mas não criou grandes situações. Surgiu o lance do golo anulado, depois de uma perda de bola que não se pode ter em alta competição. A equipa meteu-se a jeito”, atirou.