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Toni e Otávio, o camisola amarela e o trabalhador de uma equipa que ainda tem de acelerar (a crónica do Famalicão-FC Porto)

Este artigo tem mais de 2 anos

No dia em que o FC Porto também festejou na Volta e contra o Famalicão, Toni Martínez foi o camisola amarela de uma equipa que tem em Otávio o grande trabalhador mas que ainda precisa de acelerar.

O avançado espanhol igualou Pedro Gonçalves como melhor marcador da Liga, com três golos
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O avançado espanhol igualou Pedro Gonçalves como melhor marcador da Liga, com três golos

EPA

O avançado espanhol igualou Pedro Gonçalves como melhor marcador da Liga, com três golos

EPA

Para a maioria, o FC Porto só entrava em ação às 18h deste domingo, em Vila Nova de Famalicão e contra a equipa de Ivo Vieira, na segunda jornada da Primeira Liga de futebol. Para os mais atentos, porém, o FC Porto entrava em ação uma hora antes, quando Amaro Antunes partiu para o derradeiro contrarrelógio da Volta a Portugal e carimbou a segunda vitória na maior prova do ciclismo português. Em resumo? Os dragões podiam, em pouco mais de três horas, garantir um 15 de agosto abençoado.

A equipa de Sérgio Conceição era a última dos “três grandes” a competir nesta segunda jornada de 2021/22 e precisava de corresponder às vitórias de Benfica e Sporting, que haviam derrotado Arouca e Sp. Braga e alcançado uma vantagem provisória em relação aos dragões. Em Famalicão, o FC Porto encontrava uma equipa de Ivo Vieira que bateu nas duas voltas do Campeonato anterior e que caiu logo na jornada inaugural contra o P. Ferreira — algo que, nem que fosse em teoria, dava alguma margem a Sérgio Conceição para realizar experiências no onze inicial.

Ficha de jogo

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Famalicão-FC Porto, 1-2

2.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Famalicão, em Lisboa

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Famalicão: Luiz Júnior, Penetra (André Ricardo, 76′), Batubinsika, Riccieli, Rúben Lima, Diogo Figueiras, David Tavares (Geovani, 76′), Pêpê, Iván Jaime (João Neto, 87′), Bruno Rodrigues, Ivo Rodrigues (Pablo, 40′)

Suplentes não utilizados: Dalberson, Verdonk, Saldanha, Ofori, Patrick William

Treinador: Ivo Vieira

FC Porto: Diogo Costa, João Mário, Mbemba, Pepe, Wilson Manafá (Zaidu, 71′), Otávio (Sérgio Oliveira, 81′), Uribe, Bruno Costa, Luis Díaz, Taremi (Evanilson, 90′), Toni Martínez (Francisco Conceição, 71′)

Suplentes não utilizados: Marchesín, Marcano, Fábio Vieira, Corona, Pepê

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Toni Martínez (13′ e 43′), Riccieli (56′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Bruno Costa (61′), a Bruno Rodrigues (61′), a David Tavares (64′), a Pêpê (74′)

O treinador dos dragões fazia duas alterações face à equipa que venceu o Belenenses SAD no Dragão no primeiro fim de semana da Liga e trocava Zaidu por Wilson Manafá e Sérgio Oliveira por Uribe. Mais do que confirmar que João Mário é mesmo a aposta para a direita da defesa, Sérgio Conceição deu uma pista sobre o eventual futuro de Oliveira, que tem cada vez mais o destino traçado em direção a uma transferência para outras paragens e já tinha sido substituído durante a segunda parte do jogo anterior. Corona, que regressou aos treinos durante a semana e também ainda não tem a permanência assegurada, estava no banco de suplentes — sendo que Conceição não escondeu, na antevisão da partida, que essa instabilidade é prejudicial para a preparação da competição.

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“Este não é um bom momento para ninguém. Ainda mais para nós, uma Liga com mais dificuldades financeiras. Não estou de acordo com haver competição e mercado aberto. Como não estou de acordo com o mercado de janeiro. Aceito quando há lesões ou algo grave que impossibilite o clube de ter determinados jogadores disponíveis, mas não num mês inteiro. É um exagero e cria instabilidade nos grupos de trabalho”, atirou o técnico, que garantiu desde logo que Corona não seria titular e ainda colocou algumas dúvidas sobre a presença de Manafá no onze, ele que “quebra um bocadinho quando o calor aperta” mas acabou por conseguir assegurar mesmo a titularidade.

Contra um Famalicão que não tinha Gustavo Assunção, por lesão, nem Anderson, que vai sair para os chineses do Beijing Guoan, o FC Porto não demorou muito tempo a alcançar um natural ascendente na partida. Toni Martínez teve a primeira ocasião mais perigosa logo nos primeiros instantes (2′), Riccieli evitou uma finalização que seria letal por parte de Taremi (5′) e o iraniano cabeceou ao lado pouco depois e na sequência de um cruzamento de Otávio (10′). Os dragões não precisavam de muita velocidade para rasgar a linha defensiva adversária e apostavam principalmente na profundidade e nos passes certeiros e assertivos de Otávio e Bruno Costa, que voltavam a assumir-se enquanto grandes construtores das dinâmicas ofensivas da equipa.

O conjunto de Sérgio Conceição ensaiou a jogada do golo pouco depois dos primeiros 10 minutos, com Taremi a soltar Toni Martínez nas costas da defesa e o espanhol a rematar para uma defesa apertada de Luiz Júnior (11′), e só precisaram de uma nova tentativa para desbloquear o resultado. Taremi voltou a aparecer em espaços intermédios depois de uma recuperação de bola em zona adiantada e tirou um passe vertical perfeito para Martínez, que voltou a fugir à marcação em velocidade, passou pelo guarda-redes na passada e atirou para a baliza (13′). O avançado espanhol, que chegou ao futebol português através do Famalicão, não festejou mas voltou a concretizar depois de já ter marcado na primeira jornada contra o Belenenses SAD.

Depois do golo inaugural e com um domínio absoluto do FC Porto durante os primeiros 20 minutos, os dragões tiraram o pé do acelerador e permitiram mais bola e mais espaço ao Famalicão. A equipa de Ivo Vieira avançava principalmente através de Pêpê, descaído na esquerda do meio-campo, e tinha em Bruno Rodrigues a grande seta apontada à baliza de Diogo Costa. O avançado ficou perto de empatar com um cabeceamento ao segundo poste depois de um cruzamento na direita (27′), voltou a ameaçar ao ficar a centímetros do desvio decisivo após um pontapé de canto (34′) e ainda abriu caminho a uma investida de Iván Jaime, na esquerda, com o espanhol a atirar ao lado na cara do guarda-redes do FC Porto (38′).

O Famalicão sofreu uma forte contrariedade logo depois, com Ivo Rodrigues a lesionar-se e a ter de ser substituído por Pablo, jovem de apenas 17 anos que é filho de Pena, antigo avançado do FC Porto. Com o jogador da formação ainda a entrar na dinâmica da partida, os dragões responderam da melhor maneira ao período positivo do adversário e aumentaram a vantagem quase da mesma forma com que a inauguraram. Bruno Costa abriu em Otávio a partir de trás e o médio brasileiro, com mais um passe vertical brilhante, descobriu Toni Martínez em desmarcação, que voltou a não falhar na cara de Luiz Júnior (43′), voltou a não festejar e ainda igualou Pedro Gonçalves na lista de melhores marcadores, com três golos. O FC Porto chegava ao intervalo a ganhar por uma margem tranquila e principalmente graças à capacidade de Taremi de jogar entre linhas, aos desbloqueios fantásticos de Otávio e ao maestro Bruno Costa, que falhou apenas um único passe durante toda a primeira parte.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Famalicão-FC Porto:]

Na segunda parte, sem que qualquer treinador fizesse alterações, o FC Porto reentrou na partida da mesma forma que se tinha apresentado logo após o apito inicial: com a vontade de dominar, de chegar ao golo e de não dar grande espaço ao Famalicão, apesar de não ter conseguido construir verdadeiras oportunidades. Do outro lado, a equipa de Ivo Vieira sobrevivia e subsistia principalmente graças aos pontapés de canto, aproveitando as bolas aéreas para causar algum pânico entre a defesa dos dragões. E foi precisamente numa sequência de dois cantos consecutivos, que obrigaram o FC Porto a recuar, que o Famalicão conseguiu reduzir a desvantagem.

Num canto marcado à maneira curta na direita, Diogo Figueiras tirou um cruzamento largo e a pingar para a zona da pequena área e Riccieli fugiu à marcação de Mbemba para cabecear, com um salto de peixe, e não dar qualquer hipótese a Diogo Costa (56′). Depois de sofrer o golo, o FC Porto perdeu o norte — algo que ficou visível num atraso perigosíssimo de Manafá para o guarda-redes — e não conseguiu responder à elevação anímica do Famalicão, que tentava chegar ao empate principalmente através de transições rápidas ou recuperações de bola em zona adiantada.

Com o passar dos minutos, porém, os dragões conseguiram colocar algum gelo no jogo e bloquear o ímpeto adversário, principalmente através de uma pressão alta de Taremi, Toni Martínez e Luis Díaz que procurava condicionar a saída com bola do Famalicão. A cerca de 20 minutos do fim, Sérgio Conceição tirou Manafá e Toni Martínez para lançar Zaidu e Francisco Conceição, numa tentativa de refrescar tanto a dinâmica defensiva como a transição ofensiva, e Ivo Vieira respondeu com Geovani e André Ricardo. Confrontado com a nova velocidade impulsionada pela dupla entrada no Famalicão — e ciente de que o FC Porto não estava a conseguir ficar perto do tranquilizador terceiro golo –, o treinador dos dragões voltou a mexer e tirou Otávio para colocar Sérgio Oliveira e dar uma nova frescura à zona mais recuada do meio-campo da equipa, perto de Uribe, atirando Bruno Costa para espaços mais adiantados.

Já nos descontos, com uma reta final de loucos, a partida esteve à beira de um autêntico golpe de teatro. Bruno Rodrigues, que estava a esforçar-se para terminar o jogo devido a claros problemas físicos, aproveitou um erro de Zaidu para ficar isolado na cara de Diogo Costa e empatou a partida (94′). A euforia da equipa da equipa de Ivo Vieira, contudo, depressa foi substituída pela desilusão: Nuno Almeida ouviu o VAR e anulou o golo, assinalando um fora de jogo do avançado brasileiro na altura do último passe.

O FC Porto sofreu, teve uma segunda parte muito abaixo do exigido, teve o empate praticamente garantido já nos descontos mas acabou por conseguir carimbar a vitória, juntando-se a Sporting, Benfica e Gil Vicente enquanto equipas com seis pontos em duas jornadas. No dia em que os dragões também festejaram na Volta a Portugal, Toni Martínez foi o verdadeiro camisola amarela que é empurrado pelo trabalhador Otávio, que voltou a ser o elemento desequilibrador. Mas a equipa, no seu todo, ainda precisa de acelerar bem mais para chegar à meta no primeiro lugar.

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