O bispo espanhol de Ourense, José Montanet, considera que, em Fátima, “até o turista mais duro, religiosamente falando, acaba por converter-se em peregrino“.

“O turista, por vezes, confunde-se com o peregrino, ou melhor, o peregrino com o turista. Mas, onde não existe essa confusão entre peregrino e turista é aqui em Fátima”, disse o prelado espanhol ao ‘podcast’ do Santuário de Fátima #fatimanoseculoXXI, segundo a edição de agosto do jornal Voz da Fátima, órgão oficial daquele templo mariano.

Segundo o bispo de Ourense, que foi cónego da catedral de Santiago de Compostela, “a Igreja, em Fátima, conseguiu construir um ambiente oportuno para que, a partir do momento em que se entra nesta grandíssima esplanada, neste grandíssimo recinto, ou na basílica, ou na capelinha, se encontrem espaços de oração, espaços de silêncio, que são imprescindíveis para que o ser humano se encontre consigo mesmo”.

Já quanto à mensagem que o fenómeno de Fátima representa nos dias de hoje, José Montanet considerou que, “se [a] pudesse sintetizar numa palavra (…), neste tempo de pandemia, seria ‘esperança‘”.

“Por vezes, a espiritualidade de Fátima foi instrumentalizada por alguns setores, e não lhe fez bem, porque a espiritualidade de Fátima se entronca precisamente na realidade do coração de Deus, que é a misericórdia”, afirmou, acrescentando que em algumas ocasiões “a mensagem de Fátima apareceu sempre de uma maneira obscura, pelo mistério do inferno e de todas essas realidades. (…) O que é prioritário na mensagem de Fátima é a conversão e a esperança”.

O bispo José Montanet, que esteve em Fátima em julho, onde presidiu à peregrinação dos dias 12 e 13, nasceu em Barallobre, Corunha, arquidiocese de Santiago de Compostela, e é licenciado em Filosofia Teórica pela Pontifícia Universidade Gregoriana e desde sempre esteve ligado aos Arquivos e Bibliotecas, área em que se doutorou.

É, desde março de 2020, presidente da Comissão Episcopal de Liturgia da Conferência Episcopal espanhola.

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