Em 1983/84, há 38 anos, o Benfica de Sven-Göran Eriksson venceu os primeiros cinco jogos da temporada: contra V. Setúbal, Rio Ave, Estoril e Águeda para o Campeonato e ainda contra o FC Porto, na final da Taça de Portugal, numa edição extraordinariamente disputada em agosto e no Estádio das Antas e adiada devido a discussões precisamente sobre o local da partida. Ora, essas cinco vitórias nos primeiros cinco jogos da época não voltaram a ter par até esta quarta-feira.

Nem só de golos se faz o jogo e o Evangelho de S. Lucas é a profecia desta equipa (a crónica do Benfica-PSV)

Ao derrotar o PSV na Luz, na primeira mão do playoff de acesso à Liga dos Campeões, o Benfica chegou à quinta vitória seguida depois de bater duas vezes o Spartak Moscovo na terceira pré-eliminatória da liga milionária e ainda o Moreirense e o Arouca no Campeonato. Para além de ser o melhor arranque de Jorge Jesus enquanto treinador dos encarnados, é o melhor arranque do clube desde 1983/84, com Eriksson e já há 38 anos.

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Ora, com esta vitória, com uma vantagem magra e ainda com uma segunda mão por disputar em Eindhoven, o Benfica precisa de olhar para o histórico. Um histórico que é favorável: em 74% dos casos em que ganharam em casa na primeira mão por uma diferença de um golo, os encarnados conseguiram apurar-se, carimbando 20 qualificações e sofrendo sete eliminações em 27 eliminatórias europeias.

Já depois do final do jogo, na flash interview, Jorge Jesus lembrou que o golo marcado por Gakpo na Luz não conta a dobrar, devido à alteração das regras das competições europeias, e reconheceu que a equipa caiu de rendimento da primeira para a segunda parte. “Estamos numa competição em que já não contam os golos a dobrar quando marcas fora. Neste momento, o que importa é ganhar e esse objetivo foi atingido. Mas é óbvio que era melhor ganhar por 2-0 do que por 2-1. O Rafa podia ter feito o 3-0 30 segundos antes de sofrermos o 2-1. O PSV é uma equipa com grandes jogadores na frente. Na primeira parte defendemos muito bem, saímos muito forte no contra-golpe, na segunda parte já não conseguimos. Defendemos bem mas já não fomos tão fortes a sair. O Pizzi e o Rafa começaram a ter menos frescura física, foram obrigados a correr muito para defender. Por isso é que tentámos mudar com as substituições, vi que estávamos a perder a nossa frescura física, a perder duelos no um para um, era preciso injetar gente mais fresca. E melhorámos, estabilizou a equipa, começámos a ter mais bola e já não ficámos tantas vezes atrás da bola a defender”, disse o treinador encarnado.

Sobre a segunda mão, Jesus reconheceu que o desfecho da eliminatória está em aberto mas garantiu que o Benfica tem capacidade para seguir em frente. “Nesta fase, quando estamos a jogar com estas equipas, já não conta muito jogar em casa ou jogar fora. Ambas as equipas podem ganhar fora ou perder em casa. Nós felizmente ganhámos e temos todas as condições para ir ganhar lá. São cinco vitórias e esta foi contra um adversário muito forte. O PSV ainda não tinha perdido este ano e perdeu contra uma grande equipa, que é o Benfica. Estamos confiantes, temos todas as possibilidades de entrar na fase de grupos”, terminou o técnico.