O bispo de Lamego apresentou queixa ao Ministério Público contra uma freira, vários paroquianos e até o cabo-chefe da GNR de Mêda, na sequência de uma manifestação que este domingo aconteceu à porta da igreja local — e que acabou por obrigá-lo, e a Basílio Firmino, o padre da paróquia, a interromper a missa, por ser demasiado o barulho e confusão lá fora.

De acordo com o Jornal de Notícias, que esta quinta-feira avança a notícia, D. António José da Rocha Couto acusa religiosa e paroquianos de organizarem uma manifestação ilegal para impedir a “prática do culto” e aponta também o dedo ao responsável da guarda por ter estado no local, não ter resolvido a situação e ter entrado no “templo armado e não com o propósito e atitude de rezar”.

Na origem dos desacatos estará a transferência recente de três freiras da Congregação das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, dirigida por Basílio Firmino.

Em comunicado, a Diocese de Lamego garantiu na passada segunda-feira, dia 16, que a “nomeação das Irmãs MRSCJ, para outras comunidades religiosas, é da competência exclusiva da Superiora Geral da Congregação, nada tendo a ver com o Bispo da Diocese, nem com o Pároco da Mêda”, mas, segundo o JN, os paroquianos rejeitam esta versão e acusam o pároco local de “maltratar as religiosas e causar a sua saída”.

“O povo tentou tudo por tudo para conversar com o padre, com o bispo e com a madre, para saber a razão das irmãs irem embora”, contou um deles àquele jornal. “Diziam-nos que eram precisas noutras comunidades, mas o povo não se convenceu e veio a descobrir-se que o motivo era o padre que as tratava mal. As irmãs queixavam-se de que sofriam pressão psicológica e não aguentaram”.

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