O presidente do Chega, André Ventura, enviou uma carta ao presidente do PSD, Rui Rio, a convidá-lo a “participar numa conferência sobre o Governo de Direita em Portugal“, a realizar no “primeiro fim-de-semana de outubro”. Na mesma missiva, Ventura revela a Rio que convidará “igualmente os presidentes do CDS e da Iniciativa Liberal”. Para o presidente do Chega, segundo explica na carta que foi noticiada esta quarta-feira pelo jornal i, eventos como o MEL (a chamada ‘aula magna das direitas’) não são suficientes: “Já não basta organizar conferências de reflexão e discussão de princípios e valores de direita, neste momento é imperioso organizar a direita para uma Conferência de Governo da República.

Na carta que escreveu a Rio, Ventura acredita que o panorama político vai mudar nas eleições autárquicas de 26 de setembro. Para o líder do Chega o “PS encontra-se em claro desgaste político” e que “esmo com a denominada ‘bazuca’ europeia, o governo socialista não conseguirá aguentar-se com firmeza ao leme do país, num momento em que as falências aumentam e a dívida pública continua a atingir níveis intoleráveis de gestão financeira.”

Venura defende mesmo que há um apelo do “país” e do “senhor Presidente da República”, que “exigem organização e consenso da direita parlamentar, uma plataforma mínima de acordo para um governo de salvação nacional que venha a ser necessário.”

O líder do Chega diz que PSD, Chega, CDS e IL têm de discutir e acordar (“como pede o sr.Presidente da República”, insiste) o que os “distancia e aproxima”, mas também que “grandes reformas que o país precisa” podem ser articuladas “nas diferenças” que existem em vários partidos.

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Ventura diz a Rio que acredita que os portugueses têm “os olhos postos” nos partidos que lideram para protagonizarem uma “alternativa política necessária” e que é dever de ambos “não lhes virar as costas.”

Mesmo com a denominada ‘bazuca’ europeia, o governo socialista não conseguirá aguentar-se com firmeza ao leme do país, num momento em que as falências aumentam e a dívida pública continua a atingir níveis intoleráveis de gestão financeira. Neste crivo político, as eleições autárquicas serão um barómetro fundamental para a construção do futuro político de Portugal.

Sabemos que a direita tem, neste momento, múltiplas variáveis e vetores em Portugal. O panorama político mudou definitivamente. O PSD e o CHEGA têm, quanto a muitos assuntos, posições radicalmente diferentes para o futuro do país. Há questões conjunturais e, mais grave, questões estruturais que é preciso enquadrar e integrar numa plataforma conjunta.