Os oito carteiros dos CTT de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez estão em greve nas duas primeiras horas de cada turno e ao trabalho extraordinário para exigir aos CTT a contratação dos profissionais em falta, foi esta quarta-feira divulgado.

Em declarações à agência Lusa, José Rocha, do Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (Sindetelco), explicou que a paralisação iniciada na segunda-feira “decorre de manhã, nas duas primeiras horas de cada turno, e vai prolongar-se até final do mês”.

“A adesão à greve está a ser total”, garantiu José Rocha, que adiantou que a empresa alega que esta a tentar resolver a situação com a contratação de mais dois funcionários” para aqueles dois postos do distrito de Viana do Castelo.

O sindicalista adiantou que se, até final do mês, a contratação de mais carteiros não se concretizar, “a greve será retomada no dia 7 de setembro, prolongando-se até 20 do mesmo mês”. “Se aparecerem trabalhadores para ocupar as vagas existentes a greve pode parar a qualquer momento”, disse.

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De acordo com José Rocha, “nos últimos dias os CTT reforçaram o número de carteiros com funcionários emprestados dos postos de Monção, Ponte de Lima e Vila Verde, no distrito de Braga”.

O responsável adiantou que “atualmente, com os “trabalhadores emprestados”, há 16 carteiros para assegurar os 16 giros (circuitos de distribuição) dos dois concelhos”.

Sem aqueles funcionários, “o número de carteiros, oito (seis efetivos e dois agenciados), não é suficiente para garantir a distribuição da correspondência aos habitantes de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez”.

“Antes deste reforço oito carteiros estavam a fazer as rotas de distribuição de correspondência de 16 trabalhadores. Neste momento, com este apoio a situação está a decorrer mais ou mesmo. No entanto as vagas existem e carteiros exigem a colocação de trabalhadores para colmatar as falhas e para poderem gozar férias”, reforçou.

Segundo José Rocha, os postos de Ponte de Barca e Arcos de Valdevez são os que apresentam uma “situação mais crítica, mas há outros concelhos do Alto Minho que estão a caminhar no mesmo sentido por falta de recursos humanos”.

A greve agora em curso foi decidida em julho, em plenário de trabalhadores com o Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (Sindetelco) realizado em Arcos de Valdevez.

Em agosto, o presidente da Junta Jolda São Paio, Arcos de Valdevez, Pedro Alves, queixou-se à Lusa de atrasos de mais de duas semanas na receção de correspondência e fonte da Câmara adiantou estar em curso “uma nova campanha de recolha de assinaturas em várias freguesias para reunir num abaixo-assinado, o segundo em dois anos relacionado com os atrasos na distribuição do correio no concelho”.

A fonte adiantou que “além de Jolda São Paio, o atraso na distribuição de correio afeta ainda as freguesias de Miranda, União de Freguesias de Jolda Madalena e Rio Cabrão, entre outras”.

Contactados esta quarta-feira, os CTT ainda não responderam ao pedido de esclarecimento, por escrito enviado da Lusa, mas no final de julho a empresa “confirmou a existência de alguns constrangimentos na distribuição de correio na área de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, devido a ausências não previstas de quatro colaboradores”, justificando “que não foi possível substituir imediatamente devido a dificuldades no recrutamento”.

“Os CTT estão ativamente a trabalhar para substituir estes recursos humanos e a procurar outras soluções que minimizem estes constrangimentos, nomeadamente recorrendo a ‘outsourcing’ e reforçando a equipa com trabalhadores de outros centros de distribuição já a partir de segunda-feira. Os CTT estimam que a distribuição de correio estará regularizada nos próximos dias e lamentam eventuais constrangimentos causados aos clientes”, acrescentava a empresa, na resposta escrita, então enviada.