A líder do Bloco de Esquerda (BE) mostrou-se esta quinta-feira “muito preocupada” com a escola de cães-guias para cegos, que “precisa de crescer” e defendeu a necessidade de “mexer no modelo” de financiamento da segurança social.

Estamos aqui um pouco preocupados com esta forma de financiamento da segurança social à escola de cães-guias, que é única do país, porque é um financiamento que deve ter em conta a capacidade que as pessoas cegas, que querem e podem, tenham acesso a um cão-guia para aumentar a sua autonomia, mas deve também ter em conta as necessidades do bem estar destes cães durante a sua vida e na sua reforma e é preciso mexer neste modelo para garantir direitos”, defendeu Catarina Martins.

A coordenadora nacional do BE visitou esta quinta-feira a escola de cães-guias para cegos, da Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual ABAADV) de Mortágua, a funcionar desde 2000 e que “continua a ser a única escola do país” a formar cães-guias para cegos.

É uma forma de dar autonomia a pessoas cegas que é muito importante e que precisa de crescer. Ao longo do tempo houve pessoas cegas no país que passaram por ter acesso a um cão-guia e, com isso, aumentaram muito a sua autonomia”, defendeu Catarina Martins.

Neste sentido, lembrou que “os cães-guias também se reformam” e, por isso, esta escola “precisa de ter mais capacidade para que mais pessoas cegas possam ter acesso a um cão-guia, porque neste momento boa parte dos cães que ficam prontos são cães que acabam por substituir cães que se reformaram”.

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A escola de cães-guias para cegos tem espaço para adaptação do animal ao seu dono, um espaço de maternidade para os animais, área do treino, e local para acolher os cães que se reformam e são substituídos, tendo assim de regressar ao espaço da associação.

Uma visita que “reafirmou o compromisso” que o BE tem para com esta escola que se situa num concelho, Mortágua, em que “ainda se luta pelas acessibilidades” aos serviços públicos, como é o caso da segurança social.

Não deixa de ser surpreendente, mesmo aqui em Mortágua, que a segurança social não seja acessível para pessoas com pouca mobilidade, só por escadas e é de muito difícil acesso. Está quase tudo por fazer (…)  e é terrível que estejamos a discutir uma lei que tem mais de 20 anos, mas é precisamente isso que estamos a fazer”, apontou.