Os novos empréstimos ao consumo registaram em julho o montante mensal mais elevado desde início da pandemia, somando 429 milhões de euros, e os novos empréstimos à habitação continuaram a aumentar, para 1.385 milhões de euros, segundo o BdP.

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), no segmento de consumo os bancos emprestaram 429 milhões de euros em julho, mais nove milhões de euros face a junho e um aumento de 27 milhões de euros relativamente a julho de 2020.

O banco central destaca que “este montante de empréstimos é o mais elevado desde o início da pandemia”, tendo a taxa de juro média aplicada sido de 6,47%.

Em alta estão também os novos empréstimos à habitação, que em julho totalizaram 1.385 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 88 milhões de euros em cadeia e de 454 milhões de euros em termos homólogos.

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A taxa de juro média destes empréstimos desceu para 0,80% encontrando-se abaixo de 1% desde agosto de 2020.

No total, em julho, os bancos concederam novos empréstimos aos particulares no montante de 2.021 milhões de euros, a uma taxa de juro média de 2,28%, abaixo dos 2,34% de junho e dos 2,78% de julho de 2020.

No que se refere às empresas, em julho, os bancos concederam 2.668 milhões de euros de novos empréstimos, dos quais 1.465 milhões de euros corresponderam a empréstimos de montante igual ou inferior a um milhão de euros.

“A taxa de juro média dos novos empréstimos a empresas manteve-se em níveis historicamente baixos: 2,03% em julho, valor que fica, no entanto, acima do registado em junho de 2021 (1,98%) e em julho do ano passado (2,00%)”, nota o BdP.

A taxa de juro dos novos empréstimos de montante inferior ou igual a um milhão de euros subiu para 2,25% e a taxa de juro dos empréstimos de montante superior a um milhão de euros aumentou face a junho de 2021, para 1,75%.

Desde o início do ano, segundo o banco central, “a taxa de juro média dos novos empréstimos concedidos a empresas manteve a tendência de descida observada desde 2012”, mas permanece, ainda assim, “acima da média da área do euro”.

Nos depósitos, em julho, o montante de novos depósitos de particulares foi de 3.658 milhões de euros, dos quais 3.103 milhões de euros foram aplicados até um ano.

“A taxa de juro média foi de 0,05%, prolongando a tendência de descida registada nos últimos anos”, sendo que “desde novembro de 2015 que a taxa de juro média dos depósitos de particulares em Portugal se situa abaixo da média da área do euro”.

Já os novos depósitos de empresas ascenderam, em julho, a 950 milhões de euros, dos quais 915 milhões de euros foram aplicados em depósitos até um ano.

A taxa de juro média dos novos depósitos subiu para 0,06%, um valor positivo que “contrasta com a taxa de juro média negativa que se regista na área do euro desde agosto de 2019”.

Conforme nota o BdP, “apesar de as taxas de juro dos novos depósitos estarem historicamente baixas, a aplicação de taxas de juro sobre depósitos negativas não é permitida em Portugal”.

Na elaboração destas estatísticas relativas às taxas de juro e montantes de novos empréstimos e depósitos o Banco de Portugal considera as operações entre os bancos residentes em Portugal e os particulares e empresas residentes na área do euro.

Os dados relativos a agosto serão divulgados em 1 de outubro.