Seis participações, duas consecutivas, nenhuma qualificação para a fase a eliminar. A Seleção Nacional não tem propriamente o melhor registo em Campeonatos da Europa mas a forma como caiu na última edição, em 2019, foi um golpe demasiado duro nas ambições de uma equipa que tenta voltar ao que foi num passado recente em que brilhou sobretudo na Liga Mundial. Foi por um ponto. Literalmente, por um ponto: depois das derrotas com as favoritas Itália, Bulgária e França, Portugal ganhou à Grécia por 3-1, perdeu a fechar com a Roménia por 3-1 e acabou com 386-433 em pontos, contra 386-432 dos gregos. Por um ponto.

As lágrimas daquele final de jogo diante dos romenos, que tiveram no libero Ivo Casas a expressão máxima, davam agora lugar a uma esperança redobrada de quebrar a “maldição” em fases finais, mesmo tendo como ponto de partida a incorporação num dos grupos mais complicados em 2021. “É um grupo difícil, talvez o mais difícil. Temos o bicampeão do mundo [Polónia], o campeão europeu [Sérvia], o sétimo [Ucrânia] e o nono [Bélgica] classificados do último Europeu e depois a Grécia, que ficou à nossa frente em 2019. Mas queremos dar um passo em frente e tentar fazer o que ainda não foi feito”, destacou o técnico Hugo Silva.

O primeiro teste, apesar da derrota, foi positivo: Portugal conseguiu ganhar um set à Polónia, tentou manter o encontro em aberto de seguida mas acabou por perder com a anfitriã por 3-1 naquilo que acabou por ser uma festa para Hugo Gaspar, grande referência do voleibol nacional que cumpriu o 39.º aniversário e que foi alvo de um momento especial no final do encontro com os parabéns de todos os espectadores.

Depois de uma entrada em falso com os polacos a chegarem facilmente ao 5-1, o que levou Hugo Silva a pedir o primeiro tempo técnico logo a abrir, Portugal não mais voltou a entrar na discussão do primeiro set, que acabaria com o triunfo dos anfitriões por 25-16, a maior diferença ao longo de todo o parcial. A seguir, tudo mudou: aproveitando a rotação com Alexandre Ferreira no serviço, a Seleção fez cinco pontos seguidos, virou o jogo de 9-12 para 14-12, teve mais ações de bloco conseguidas entre Phelipe Martins (Phelps) e André Lopes, conseguiu condicionar o ataque das principais unidades contrárias como Kurek e ganhou por 25-22.

Estava deixado o aviso daquilo que Portugal pode fazer quando está ao melhor nível, tinha ficado o alerta para a equipa da Polónia para o resto do jogo: após conseguir vantagens de três/quatro pontos no início dos sets, os anfitriões fecharam o encontro com 25-16 e 25-19, carimbando o primeiro triunfo na competição. Quanto à Seleção, que teve em Alexandre Ferreira o seu melhor pontuador (15 pontos, apenas atrás de Kurek com 18), volta a jogar esta sexta-feira frente à Bélgica (16h30), que defronta esta noite a Sérvia. No outro jogo do grupo, a Grécia vendeu cara a derrota diante da Ucrânia e caiu apenas na “negra”.

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