O novo ministro do Petróleo iraniano, Yavad Ouyi, garantiu esta quinta-feira que aumentará as exportações de petróleo do seu país, apesar das sanções impostas pelos Estados Unidos em 2018 a este setor vital do Irão.

“Prometemos que, com bom planeamento e força de vontade, coisas boas acontecerão no campo das vendas de petróleo nos próximos meses”, disse Ouyi, numa entrevista à televisão divulgada esta quinta-feira pela agência do ministério do Petróleo Shana.

Embora o Irão não tenha divulgado os seus atuais níveis de exportação, o ministro do Petróleo reconheceu que a venda de petróleo bruto “diminuiu significativamente devido às sanções repressivas”, antes das quais chegavam a 2,8 milhões de barris por dia.

No entanto, Ouyi sublinhou que “existe poder e capacidade no Ministério do Petróleo” para realizar as exportações e que “uma das formas é a troca de petróleo por mercadorias e investimentos”.

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A respeito do investimento, indicou que para manter o nível atual de produção é necessário um investimento de pelo menos 15 mil milhões de dólares e, para aumentá-lo, seriam necessários “cerca de 20 ou 25 mil milhões de dólares de capital”.

A indústria petrolífera iraniana, assim como a maioria dos setores económicos, está sob sanções dos Estados Unidos desde 2018, quando o então Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu retirar unilateralmente o seu país do acordo nuclear, assinado em 2015 com o Irão e outras potências.

As sanções reduziram a produção do Irão entre abril de 2018 e abril deste ano em cerca de 1,8 mil milhões de barris de petróleo, explicou Ouyi num discurso realizado na quarta-feira, durante a reunião semanal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+).

O ministro, que foi confirmado no cargo pelo parlamento iraniano na semana passada, observou que essa redução na produção implicou numa perda de mais de 100 mil milhões em receitas para o país.

Assim que as sanções ilegais unilaterais do Governo dos EUA forem levantadas, a República Islâmica do Irão está pronta para aumentar o seu nível de produção de petróleo ao mais alto nível possível para compensar as grandes perdas causadas”, acrescentou o ministro aos membros da OPEP+.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados, liderados por Riade e Moscovo, decidiram na quarta-feira continuar com o seu plano inicial de aumentar moderadamente o seu fornecimento de petróleo em 400.000 barris por dia no próximo mês.

A OPEP+ está gradualmente a entregar barris de petróleo ao mercado, depois de um grande corte de 9,7 milhões de barris por dia (mbd) no fornecimento acordado em abril de 2020 para enfrentar a redução de procura causada pela pandemia do novo coronavírus.

O Irão durante esse período foi isento do corte e das cotas impostas porque as sanções já tinham reduzido os seus níveis de produção, mas o seu eventual retorno ao mercado preocupa outros produtores.

Esse retorno depende do resultado das negociações sobre o acordo nuclear iraniano que começaram em abril passado em Viena e foram suspensas em junho devido à mudança de Governo no Irão.