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A cidade e o estado de Nova Iorque e o estado de Nova Jérsia declararam esta quinta-feira o estado de emergência depois de o furacão Ida atingir a cidade com chuvas torrenciais, que causaram enormes inundações. O registo do número de mortos tem vindo a subir, tendo atingido pelo menos as 45 vítimas, somando os registos pela costa leste dos Estados Unidos, de Maryland a Nova Iorque.

É este o número avançado pela Associated Press, que refere os “recordes” de chuva registados e causados por “um dos furacões mais fortes” que atingiram os Estados Unidos. Os registos de novas vítimas sucedem-se: há confirmação de doze mortos em Nova Iorque, muitos dos quais ficaram presos em caves cheias e num dos casos num carro. Em Nova Jérsia, o governador, Phil Murphy, confirmou 23 mortes. Na Pensilvânia, segundo a Associated Press, haverá pelo menos mais cinco mortos, incluindo uma pessoa que morreu com a queda de uma árvore e outra que se afogou no carro depois de ajudar a mulher a fugir. A estas somam-se as histórias de um polícia morto em Connecticut e de uma outra morte em Maryland. Entre as vítima mortais, relata a NBC, está uma criança de dois anos, sendo a vítima mais velha uma mulher de 86 anos.

Segundo a Associated Press, e como se pode comprovar por vários vídeos publicados nas redes sociais, as chuvas encheram os túneis do metro de Nova Iorque e “encurralaram” pelo menos 17 comboios, obrigando a que a circulação fosse encerrada durante a noite e as primeiras horas da manhã.

Também o aeroporto internacional de Newark acabou por ser encerrado na quarta-feira à noite estando esta quinta-feira a ser permitidos “voos limitados” (370 já terão sido cancelados, segundo a AP).

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Como conta a agência Lusa, Kathy Hocul, a governadora do estado de Nova Iorque, decretou “estado de emergência” após as inundações que afetam potencialmente cerca de 20 milhões de habitantes. O governador do vizinho estado de Nova Jersey, Phil Murphy, fez o mesmo.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, visita na sexta-feira o Luisiana, onde o Ida destruiu muitas infraestruturas e deixou sem eletricidade mais de um milhão de habitações.

Ao declarar o estado de emergência, o mayor de Nova Iorque, Bill de Blasio, disse que os nova-iorquinos estavam a “enfrentar um acontecimento climático histórico”, com “chuvas recorde em toda a cidade, enchentes brutais e condições perigosas em todas as nossas estradas”, apelando a que as pessoas ficassem em casa.

A chuva terminou ao amanhecer de quinta-feira, enquanto as equipes de resgate procuravam por mais pessoas presas e se preparavam para encontrar mais corpos.

Os bombeiros e autoridades têm trabalhado sem parar para dar assistência às vítimas, numa altura em que, segundo o The New York Times, pelo menos 200 mil pessoas estão sem eletricidade em Nova Iorque, Nova Jérsia e Pensilvânia.

Muitos carros ficaram retidos nas ruas da cidade pelas inundações — de acordo com o Serviço de Meteorologia Nacional, só numa hora registaram-se oito centímetros de chuva.

Em Nova Jérsia, um tornado destruiu pelo menos nove casas, de acordo com a NBC.

O furacão Ida atingiu o Luisiana no passado domingo, causando a morte de pelo menos seis pessoas e deixando um rasto de destruição com a sua passagem, com inundações, apagões, estradas bloqueadas e várias infraestruturas destruídas, antes de passar a depressão tropical. A ONU estima que o furacão Ida possa ter o maior custo económico da história.

O serviço meteorológico norte-americano (NWS) registou um recorde absoluto de 80 milímetros de chuva numa hora (mm/h) em Central Park. Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, os aguaceiros de chuva são considerados violentos (a classificação mais grave) quando se registam valores acima dos 50 mm/h. O Ida vai continuar a deslocar-se dirigindo-se hoje para a Nova Inglaterra.