A nova tabela de preços da ADSE, que entrou em vigor neste mês de setembro, fez com que certos grupos privados de saúde retirassem da convenção alguns serviços e atos clínicos por considerarem que os valores não compensam a despesa. Uma situação que o Conselho Diretivo da ADSE lamenta, admitindo que podem ainda existir alterações ao documento.

“Lamentamos, gostaríamos de ter todos connosco com todos os atos convencionados, mas também sabemos que é uma situação difícil, já não ocorria com a anterior tabela“, disse a presidente do Conselho Diretivo, Manuela Faria, ao Eco, lembrando que existem prestadores que já tinham tomado a iniciativa de ter uma tabela específica para certos atos.

ADSE. Algumas consultas, cirurgias e partos retirados das convenções do Grupo Luz e da CUF

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A CUF e a Luz Saúde comunicaram esta semana que iam deixar de disponibilizar alguns procedimentos mais diferenciados no regime convencionado (quando os beneficiários recebem logo a comparticipação), passando a ser possíveis apenas no regime livre (quando o beneficiário paga na totalidade e pede depois o reembolso à ADSE). Para a Luz, a nova tabela de preços “decidida pela ADSE não valoriza de forma adequada” os custos inerentes aos seus “standards clínicos”, nem o trabalho dos profissionais.

Considerando que era muito importante que a nova tabela entrasse em vigor a 1 de setembro, a responsável disse que agora será possível olhar para esta “sem a pressa da entrada em vigor” e ver “em conjunto com os consultores médicos se as reivindicações dos prestadores têm razão de ser e se a ADSE tem capacidade de acomodar essas reclamações e pedidos de alteração de preços”, afirmou Manuela Faria ao Eco.

A presidente do Conselho Diretivo admitiu que, após esta análise, poderão “existir alterações pontuais, até porque agora com a entrada em pleno das tabelas”. “As tabelas têm milhares e milhares de códigos, não quer dizer que não haja um lapso”, aventou.

Apesar das queixas, a responsável fez um balanço positivo da entrada em vigor da nova tabela, referindo que “a grande generalidade dos prestadores está a aderir”. Em comunicado, a ADSE tinha informado a existência de 80 mil pedidos de associação de novos atos médicos em convenção e dez mil pedidos de desassociação.