O Novo Banco tinha no final do ano passado uma exposição de quase 900 milhões de euros em empréstimos a 36 grandes devedores que geraram perdas para a instituição. Os números constam do mais recente relatório do Banco de Portugal que atualiza os dados sobre grandes devedores de bancos que receberam ajuda pública. Nos últimos anos, têm sido apenas o Novo Banco a ser alvo desta divulgação, por causa do dinheiro recebido através do mecanismo de capital contingente. Em 2021, o banco recebeu 317 milhões de euros, estando ainda em avaliação o pagamento de 112 milhões de euros da tranche devida este ano.

Esta lista contabiliza dívidas por grupos de sociedades superiores a 43,5 milhões de euros, mas não identifica os devedores. Comparando com 2019, o valor da exposição de crédito aos grandes devedores por parte do Novo Banco caiu cerca de 23% face aos 1.305 milhões de euros registados em 2019, apesar de haver mais um grande devedor gerador de perdas face ao ano anterior. Ainda assim, e depois de um ano de grande limpeza do balanço visível nos prejuízos de mais de mil milhões de euros em 2020, o Novo Banco ainda tinha emprestado a estes devedores 894 milhões de euros. Este valor representa um quinto da exposição original.

A exposição total a grandes devedores totalizava 2.359 milhões de euros, incluindo crédito, participações acionistas e outros instrumentos de capital como obrigações no valor de 1.465 milhões de euros. Este número traduz uma queda de 759 milhões de euros face aos 3.118 milhões registados no final de 2019.

No ano passado, estes grande devedores reembolsaram 444 milhões de euros e foram responsáveis por imparidades de 617 milhões de euros e estão na origem de perdas totais acumuladas — realizadas e estimadas — de 3.379 milhões de euros. Este montante representa um agravamento de 19,5% face às perdas totais apuradas até 2019, ou mais 551 milhões de euros.

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