Festeja-se no lado “vermelho” de Manchester, com o United a receber de braços abertos Cristiano Ronaldo no seu regresso, mas um jogador como português (e uma marca como a que tem) não é de não deixar vestígios atrás. Por isso, e sem grande surpresa, não são fáceis os dias que se vivem em Turim, à volta e dentro da Juventus. São várias e transversais as notícias de descontentamento, até ele democrática, porque vai desde a massa adepta até ao que, dizem os jornais, o treinador da equipa.

Esta sexta-feira, ao Tuttosport, falaram antigos jogadores da vecchia signora, neste caso o antigo defesa dos anos 70 e 80 Sergio Brio e o médio Alessio Tacchinardi, que alinhou pelo clube nos anos 90 e até 2005.

“A Juve merece mais respeito. Não esperava que Cristiano Ronaldo fizesse isto ao clube, não foi simpático da sua parte. Continua um grande jogador e profissional, mas a despedida podia ter sido feita de outra forma e por outras palavras”, frisou Brio.

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Tacchinardi fala em “vários erros” na despedida do português, que devia ter sido “diferente e não a bordo de um avião privado enquando Allegri [treinador da Juventus] falava antes do jogo com o Empoli”.

“Esperava uma conferência de imprensa para os adeptos. As pessoas da Juventus trataram-no bem e mereciam algo diferente. Ele jogou também pela sua multinacional e isto não escapou aos fãs. Além disso, colocou a Juventus e a sua estratégia no mercado em sérias dificuldades ao ir embora apenas alguns dias do fecho. Substituir uma máquina goleadora como Cristiano é impossível”, acrescenta.

Mas há quem se vire contra o clube e não, pelo menos à primeira vista, contra o português. Ainda nos últimos dias, os Vikings, uma claque do clube de Turim, deixou tarjas de protesto no estádio da Juve, em que mostravam insatisfação com o rumo do clube. Em causa estavam os nomes de Andrea Agnelli, dirigente do clube, e ainda Alberto Pairetto, um dos dirigentes responsáveis pela gestão do estádio do clube. Leem-se palavras que falam numa “equipa destruída” e que os dois dirigentes representam um “desastre perfeito”.

As críticas vêm de fora, mas o ambiente não será muito melhor dentro do balneário e do clube, com o Il Giornale a contar que Massimiliano Allegri, treinador do clube, regressado à Juventus após as “experiências” Pirlo e Sarri, não está satisfeito com a ação do clube no mercado de transferências. O italiano considera que a chegada apenas de Moises Kean não vai suprir o que Cristiano Ronaldo deixou, mas também que a chegada de Manuel Locatelli para o meio-campo não é suficiente nem lhe dá o número de opções desejável.

Com dois jogos para a Serie A, a Juventus soma apenas um ponto, do empate da primeira jornada, 2-2, frente à Udinese, num encontro em que Cristiano Ronaldo ainda jogou. Depois da saída do português, a derrota surpresa, em casa, frente ao recém promovido Empoli.