O senador democrata Joe Manchin defendeu na quinta-feira que o seu partido deve colocar “em pausa”, no Congresso, o gigante plano de reformas sociais, no valor de 3,5 biliões de dólares promovido pelo Presidente dos Estados Unidos Joe Biden.

A posição do senador centrista Joe Manchin pode ameaçar esta importante peça do programa do presidente norte-americano.

Os democratas controlam o Congresso, mas a maioria no Senado é limitada e o partido não pode dispensar qualquer apoio para fazer cumprir este plano.

Joe Manchin já tinha referido que o peso deste plano parecia grande demais, noticia a agência AFP.

Num momento em que as comissões parlamentares estão a criar um esboço mais preciso deste projeto lançado por Joe Biden, o senador democrata voltou a reafirmar a sua posição através de um artigo de opinião publicado no Wall Street Journal, apontando riscos associados à inflação, dívida, pandemia de Covid-19 ou futuras crises internacionais.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O Congresso devia fazer uma pausa estratégica” no projeto de lei, sublinhou o senador, referindo que é “necessário” obter “mais clareza sobre a trajetória da pandemia” para perceber se “a inflação é momentânea ou não”.

A jovem democrata da Câmara dos Representantes, Alexandria Ocasio-Cortez, criticou o senador Joe Manchin, acusando-o de estar próximo de grandes grupos petrolíferos.

Denominado “Build Back Better” [reconstruir melhor, em português], este projeto liderado por Joe Biden prevê investimentos no valor de 3,5 biliões (milhão de milhões) de dólares (três biliões de euros) em jardins de infância gratuitos, melhor acesso à saúde, investimentos em habitação pública, regularização de imigrantes ou combate às mudanças climáticas.

Estes investimentos para dez anos pretendem “transformar” a sociedade norte-americana, sendo de um valor equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha em 2020.

Os defensores do plano garantem que estes investimentos serão “amplamente compensados” por receitas financeiras, principalmente através de impostos.

A Câmara dos Representantes e o Senado aprovaram neste verão, apenas com votos de democratas, uma resolução que define o montante total e as principais prioridades.

As várias comissões parlamentares têm até 15 de setembro para apresentar o conteúdo preciso deste plano.